Governo começa a separar ‘joio do trigo’ entre produtores rurais

Rio de Janeiro – O Ministério do Meio Ambiente contratou os serviços de obtenção das imagens de satélites necessárias à construção de um amplo cadastro que mapeará áreas rurais e […]

Rio de Janeiro – O Ministério do Meio Ambiente contratou os serviços de obtenção das imagens de satélites necessárias à construção de um amplo cadastro que mapeará áreas rurais e servirá para o monitoramento de desmatamento, afirmou hoje (26) a ministra Izabella Teixeira.

Os serviços contratados para o Cadastro Ambiental Rural (CAR), uma ferramenta prevista no Código Florestal, serão repassados nesta semana aos estados, que deverão agregar informações locais sobre produção agrícola e afins. O novo código prevê a obrigatoriedade do cadastro para todas as propriedades rurais. A ferramenta deve ficar pronta em dois anos.

“Regularizar a propriedade do ponto de vista ambiental é muito mais do que foi paulatinamente colocado no debate nacional. É trabalhar a produtividade, a competitividade. A base de informação séria só começará com o Cadastro Ambiental Rural”, afirmou ela em evento da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

Segundo a ministra, o cadastro poderá representar “segurança jurídica e transparência de informação para a competitividade da agricultura brasileira”, colaborando para evitar barreiras sanitárias. 

Por outro lado, a ministra deixou claro que a criação do cadastro também servirá para punir produtores que não estiverem agindo legalmente. “Nunca o Brasil teve essa informação. Vamos lançar auto de infração eletrônico… Agora vamos saber quem faz e quem não faz de fato; a hora é separar o joio do trigo.”

A ministra disse que já tem assegurados recursos para aquisição de imagens anualmente para os próximos cinco anos. “O cadastro vai trazer para todos conhecimento da realidade que ninguém sabe. Se me perguntarem quanto temos de recuperar de área degradada (qualquer resposta), é chute”, disse.