Estatal não vê contradição entre exploração de petróleo e energia ‘limpa’

Para Maurício Tolmasquim, Brasil precisa conitnuar explorando petróleo mesmo aderindo a matrizes energéticas limpas

O presidente da EPE afirma que, embora pareça paradoxal, o país precisa investir ao mesmo tempo em fontes limpas e em petróleo (Foto: Petrobras. Divulgação)

São Paulo – Por mais que o Brasil tenha se tornado um exemplo mundial na diversidade e na condição de gerar  energia “limpa”, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defende uma política de exploração efetiva de petróleo. Ele afirma que a necessidade de ser um país exportador do combustível fóssil é para manter um cenário de arrecadação e de investimentos importantes.

“Por mais que aparente ser meio paradoxal, o Brasil vai ser o primeiro país exportador de petróleo e terá ao mesmo tempo uma matriz limpa. É pelo fato da nossa historia e da nossa base de recursos naturais”, defendeu.

Tolmasquim esteve presente em encontro que debateu geração de energia, promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Ele fez um painel expondo as principais matrizes energéticas brasileiras, como a hidrelétrica, a eólica, a solar e a de biomassa, além do petróleo.

Ele defende uma produção diária de 5,3 milhões barris de petróleo por dia, ante os atuais 2 milhões de barris. O presidente da EPE afirma que a necessidade de explorar o combustível fóssil coloca o Brasil, no ponto de vista geopolítico, numa posição diferenciada no que diz respeito a ter o petróleo como um mecanismo de alavancagem da indústria nacional. “O fato de ter petróleo não significa que o país precise abandonar ou diminuir a exploração de fontes renováveis”, considerou.

Na outra parte da exposição, Tolmasquim defendeu a principal fonte de energia atualmente no Brasil: a hidrelétrica, afirmando que as usinas planejadas e as já existentes utilizam somente 1% do bioma Amazônico. “60% de Belo Monte fica em áreas de fazendas com pecuária ou outro tipo de atividade agrícola. Elas foram planejadas de maneira que leve benefício e desenvolvimento às regiões”, pontua.

Ele completou dizendo que as usinas do rio Tapajós, diferentemente das demais, são hidrelétricas em áreas que não necessitarão de um vetor de desenvolvimento. “Será um mecanismo de auxilio à preservação do ecossistema local, criando unidades de conservação, evitando ao máximo a interferência sobre o meio ambiente”, concluiu.