São Paulo – A sustentabilidade urbana não será tema de destaque nas apresentações e debates entre os participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que teve início ontem (13) na cidade do Rio de Janeiro. A afirmação é do arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, doutor em Estruturas Ambientais Urbanas. 

Segundo Bonduki, que foi Superintendente de Habitação Popular da prefeitura de São Paulo (1989-92), os documentos oficiais da conferência fazem pouca referência ao assunto, embora 80% da população do Brasil esteja na área urbana. “Nas cidades, os impactos ambientais são muito grandes e se fazem necessárias políticas públicas em várias áreas como na mobilidade, na habitação e na questão dos resíduos sólidos”, afirmou.

O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP acredita que o tema terá mais visibilidade nos eventos paralelos, como na Cúpula dos Povos, que reúne entidades e movimentos sociais. “Estamos atuando em vários fóruns, procurando trabalhar essa questão. Inclusive é importante que os encontros paralelos, não sejam paralelos entre si, para que haja um intercâmbio”, afirmou. 

 “A sustentabilidade urbana, hoje, depende fundamentalmente de uma reforma urbana. Se não garantirmos acesso a uma habitação digna, bem localizada e adequada para a população que vive em cidades, não alcançaremos isso”, disse.