Com PF na investigação, governo promete punir com rigor vazamento da Chevron

São Paulo – O governo federal promete investigação dura sobre os responsáveis pelo vazamento na Bacia de Campos, norte do Rio de Janeiro. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto […]

São Paulo – O governo federal promete investigação dura sobre os responsáveis pelo vazamento na Bacia de Campos, norte do Rio de Janeiro. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou nesta quarta-feira (23) que com a Polícia Federal (PF) na investigação não faltará rigor na apuração das causas e na punição dos responsáveis. A declaração ocorre no mesmo dia em que o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informou que apenas duas remessas de óleo puderam ser retiradas do oceano. A maior parte do petróleo já se dispersou na água.

“Não vamos brincar com essa questão. Está em jogo todo nosso futuro em termos do pré-sal e nosso cuidado ambiental é muito grande. Portanto, não faltará rigor”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Até o final desta quarta, a PF promete ouvir três representantes da petroleira norte-americana Chevron, empresa responsável pela extração do mineral no campo que registrou vazamento. Até o fim da semana sete funcionários irão prestar declarações na superintendência do orgão. Serão questionados sobre detalhes técnicos que tenham contribuído para o derramamento de óleo e ainda sobre suspeitas de contratação ilegal de estrangeiros para trabalhar no Brasil.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirma que a mancha no mar está diminuindo. Porém,  Carlos Minc afirma que foram retirados 250 mil litros e 135 mil litrosde material, incluindo óleo, água e ar. Com isso, o material disperso pode chegar às praias do estado em um mês e meio. Mesmo regiões vizinhas, como São Paulo e Espírito Santo, correm risco de sofrer com o problema.

De acordo com o oceanógrafo David Zee, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a base da cadeia alimentar marinha da região já foi severamente prejudicada.“Existe a depressão da capacidade de produção de biomassa – parte dela, alimento – e isso representa um custo ambiental, olhando muito mais a questão do aproveitamento humano. Além disso, há uma fração do óleo que se impregna na coluna d’água transferindo grande parte das substâncias tóxicas, causando malefício para a vida marinha”, afirmou Zee.

O pesquisador, que está trabalhando com a PF, como perito, na apuração das causas do acidente ocorrido no último dia 8, reclamou da demora na contenção do vazamento e a falta de equipamentos para evitar a dispersão do óleo.

Com informações da Agência Brasil