Lula diz que Brasil não pode aceitar críticas estrangeiras a sistema energético

Ex-presidente garantiu que continuará levando o etanol como alternativa energética eficiente para o mundo

Homenageado, ex-presidente destacou avanços no modelo de trabalho nas lavouras (Foto: ©Jorge Araújo/Folhapress)

São Paulo – Homenageado nesta segunda-feira (6), no 2º Prêmio Top Etanol, que avaliou os melhores trabalhos voltados à Agroenergia e Meio Ambiente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou os críticos ao etanol e biocombustíveis brasileiros e afirmou que vai “continuar andando pelo mundo falando da necessidade de mudança da matriz energética”. A premiação foi uma iniciativa do Projeto Agora – ação de comunicação e marketing do setor sucroenergético – que recebeu 258 trabalhos para avaliação. Participaram ainda do evento o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açucar (Unica), Marcos Jank, e outras autoridades políticas e empresários do ramo.

Após a premiação dos melhores trabalhos, Lula recebeu uma homenagem em reconhecimento ao apoio e esforço voltado para o setor, enquanto presidente. Antes de entregar o prêmio a Lula, Marcos Jank classificou o ex-presidente como o “maior defensor de soluções energéticas simples, compatíveis e compactas para a produção de energia”.

Durante seu discurso, Lula defendeu que o Brasil é uma nação “produtiva e solidária”, e está caminhando para a “construção de um País auto-suficiente em energia”. Ele ainda colocou o etanol como um dos principais elementos para projeto de desenvolvimento desejável para o século 21.

As frases mais enfáticas do ex-presidente se concentraram nos ataques às críticas dos “países ricos” ao sistema energético brasileiro e supostos danos que causava ao meio ambiente. “Se criou um processo de mentiras contra o Brasil na questão climática, que nós não podemos mais admitir”, defendeu.

Com mais liberdade em compartilhar sua opinião não sendo mais presidente, Lula continuou sua ofensiva dizendo que o Brasil foi o único País na Conferência Climática de Copenhage, em 2009, que se comprometeu, seriamente, a reduzir a emissão de gases poluentes. “Nem a União Européia, nem os Estados Unidos tinham a intenção de reduzir suas emissões, porque sabem que para isso teriam que mudar os seus padrões tecnológicos e de investimento”, disparou.

Lula ainda parabenizou o atual modelo de trabalho nas lavouras do Brasil. “Quero dar os parabéns aos trabalhadores e aos empresários, pois avançamos de forma extraordinária”, disse o ex-presidente, se referindo à mão de obra que muitas vezes era comparada ao trabalho escravo nas áreas de cultivo nacionais.

Por fim, Lula garantiu que continuará levando o álcool como alternativa eficiente aos países que visitar, enfatizando a necessidade do Brasil em confiar que não faltará etanol para o mercado interno. “Nós só vamos ganhar o selo de garantia internacional no nosso etanol, quando pudermos olhar nos olhos dos nosso consumidores e dizer que não vai faltar etanol para ninguém”, defendeu.

Após o evento, o ex-presidente não quis comentar o assunto que vem dominando a pauta política das últimas semanas, a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Lula afirmou não ter conversado com a presidenta Dilma Rousseff e lembrou que a decisão de permanência ou não de Palocci no governo é uma questão “muito pessoal”. “Eu já vivi isso, sei como é.”

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