Para ministro alemão, custo humano da energia nuclear é alto demais

Área destruída por tsunami próxima à usina de Fukushima no Japão registra índices preocupantes de contaminação (Foto: ©Kim Kyung-Hoon/Reuters) BERLIM (Reuters) – A energia nuclear pode parecer barata à primeira […]

Área destruída por tsunami próxima à usina de Fukushima no Japão registra índices preocupantes de contaminação (Foto: ©Kim Kyung-Hoon/Reuters)

BERLIM (Reuters) – A energia nuclear pode parecer barata à primeira vista, mas os custos humanos potenciais da energia atômica fazem que ela seja inexequível a longo prazo, disse o ministro de Meio Ambiente alemão, Norbert Roettgen, em declarações divulgadas na sexta-feira (22).

Em um artigo da revista semanal Der Spiegel sobre o 25º aniversário do desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, Roettgen disse que a decisão da Alemanha de se afastar da geração de energia nuclear era um tema de política econômica responsável.

“A curto prazo, pode parecer uma fonte de energia barata, mas se ocorre uma catástrofe, os custos são muito elevados (…) Nenhum objetivo econômico merece por em perigo o bem estar do povo, nem hoje nem nas futuras gerações”, agregou.

O acidente do reator de Fukushima no Japão provocou uma abrupta mudança de sentido nos planos de energia nuclear na Alemanha, com o governo centrado em como abandonar a energia nuclear depois de ter desligado várias centrais.

Roettgen disse que além do custo humano, o desastre no Japão foi um duro golpe para a economia japonesa, a terceira maior do mundo. Ele avaliou que o acidente levará a uma reavaliação geral da energia atômica e que a Europa já mostra sinais de revisão.

“Os custos do acidente do reator de Fukushima pesarão sobre a economia do Japão por anos, se não décadas”, afirmou. “Esses custos econômicos levarão a repensar a energia nuclear”, acrescentou.

O governo de centrodireita de Berlim desistiu de uma decisão anterior de prolongar o período de vida das centrais nucleares alemãs, mas ainda deve determinar quando as fechará definitivamente.

A Der Spiegel disse que o maior problema energético da Alemanha é avaliar os custos potenciais de manter fechadas as sete centrais nucleares que agora estão desconectadas.