Desmate na Amazônia sobe em agosto; área protegida lidera

São Paulo- O desmatamento na Amazônia disparou em agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado e ficou concentrado principalmente em unidades de conservação, segundo dados […]

São Paulo- O desmatamento na Amazônia disparou em agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado e ficou concentrado principalmente em unidades de conservação, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgados nesta quarta-feira (14).

O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, registrou 273 quilômetros quadrados de área desmatada em agosto, o que representaria aumento de 167 % na comparação com o mesmo período do ano anterior.

“Porém, cerca de 46 % (125 quilômetros quadrados) desse desmatamento pode ter ocorrido antes, pois estava situado em áreas cobertas por nuvens nos meses anteriores”, informou o instituto em comunicado.

Em agosto o SAD, do Imazon, conseguiu monitorar 92 % da Amazônia Legal, segundo comunicado.

As Unidades de Conservação concentraram a maior parte do desmatamento, com 107 quilômetros quadrados, ou 39 % do total. Em seguida vieram as terras privadas, de posse ou devolutas (27 %), assentamentos da reforma agrária (25 %) e terras indígenas (9 %).

O Pará foi disparado o Estado que mais desmatou, de acordo com o Imazon, respondendo por 76 % da destruição florestal no período. Mato Grosso ficou em um distante segundo lugar com 8 % do desmatamento registrado pelo SAD em agosto, à frente de Amazonas e Rondônia.

Nesta semana, o governo federal decidiu ampliar as metas de controle do desmatamento na Amazônia. A nova meta é de uma redução de 80 % no desmatamento até 2020, com relação a uma média anual de 19,5 mil quilômetros quadrados entre 1996 e 2005.

A meta anterior, anunciada no final do ano passado, era uma redução de 70 % até 2017.

A queima e decomposição de árvores emitem gases do efeito estufa, e a destruição da Amazônia representa cerca de 70 % das emissões brasileiras.

Em setembro, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que o desmatamento da Amazônia dever se o menor em duas décadas entre agosto do ano passado e julho deste ano –período apontado por especialistas como ano-calendário do desmatamento da Amazônia.

Para sua estimativa, o ministro leva em conta os dados de monitoramento do desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo o sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, foram desmatados 498,1 quilômetros quadrados de floresta amazônica em agosto deste ano, contra 756 quilômetros quadrados no mesmo período do ano anterior.

A preservação da floresta deve ser um dos pontos-chave do encontro que autoridades mundiais realizarão em Copenhague, na Dinamarca, no final deste ano com vistas a um acordo climático que substitua o Protocolo de Kyoto.

Fonte: Reuters

 

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