Desmatamento na Amazônia cai entre fevereiro e abril

Inpe e Imazon, responsáveis por diferentes pesquisas com resultados semelhantes, advertem que cobertura de nuvens atrapalha medições nesses meses e que números reais podem ser maiores

Área desmatada às margens da rodovia Transamazônica em Anapu, no Pará (Foto: Antônio Cruz. Agência Brasil)

Uma área de 197 quilômetros quadrados de florestas foi desmatada entre fevereiro e abril na Amazônia, segundo dados divulgados nesta terça-feira (02) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Mas a alta cobertura de nuvens no período de chuva prejudica a leitura, ou seja, os números reais podem ser maiores.

Ainda assim, nos números relativos a comparação é fiel quando realizada com o mesmo período do ano passado: houve uma queda de 90%. Nos números do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), março teve redução de 50% em relação ao mesmo mês de 2008 e a queda em abril foi de 22%. Os dois estudos, do Inpe e do Imazon, levam em conta dados iguais, mas fazem análises diferentes.

Ambos boletins, no entanto, mostram o Mato Grosso como grande estado desmatador. Responde por 39% do total para o mês de março no relatório do Imazon. Mas Sanae Hayashi, coordenadora técnica do instituto, destaca que os dados do Pará, estado que nos nove primeiros meses lidera a devastação, podem estar subestimados pela grande cobertura de nuvens na região, diferentemente do que ocorre no Mato Grosso.
Em relação à degradação, que é o uso de queimadas e exploração madeireira, o estado governado por Blairo Maggi responde quase sozinho pelos 324 quilômetros quadrados registrados em março e abril. A coordenadora explica que uma área degradada é um problema ainda mais sério que uma desmatada, uma vez que virá a ser apenas solo exposto.

Para Sanae Hayashi, a redução do desmatamento deve-se a algumas medidas tomadas pelo Governo Federal, como a punição aos municípios que mais praticam a atividade ilegalmente e o recadastramento de propriedades que estavam em situação irregular exatamente por conta da devastação acima dos limites permitidos pelo Código Ambiental.

Por outro lado, começa agora um período considerado mais problemático para a preservação da floresta. A seca torna muito mais fáceis as atividades de derrubada e queima da vegetação.