Mercado de carbono dobra em 2008; redução de emissões desacelera

Segundo relatório do Banco Mundial, foram comercializados créditos relativos a 4,8 bilhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono, alta de 61% ante 2007

Barcelona (Reuters) – O mercado global dos créditos para emissões de carbono dobrou de valor no ano passado, apesar da crise mundial no segundo semestre, mas o ritmo da redução das emissões diminuiu, disse o Banco Mundial nesta quarta-feira (27).

O mercado saltou de 63 bilhões de dólares em 2007 para 126 bilhões no ano passado, o que significa quase 12 vezes o valor de 2005, segundo relatório do Banco Mundial.
Foram comercializados créditos relativos a 4,8 bilhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono, alta de 61% em relação ao ano anterior.

Mas a maior parte desse volume foi negociado no mercado secundário, o que significa uma troca entre companhias, com possibilidade de lucros, e não uma redução real das emissões de gases do efeito estufa.

Os cortes de emissões efetivamente feitos e vendidos por projetos de energia limpa com registro na ONU em países em desenvolvimento caíram 30% em 2008, ficando em 389 milhões de toneladas, ou 6,5 bilhões de dólares. Em 2007, o valor havia sido de 7,4 bilhões.

“A oferta continua sendo restringida por demoras regulatórias nos registros e distribuição, e a crise financeira tornou o financiamento de projetos extremamente difícil de obter”, disse o relatório.

O lucrativo mercado secundário para essas reduções, habitado por empresas que buscam compensar suas emissões ou simplesmente lucrar com as alheias, mais do que quadruplicou, alcançando 1,07 bilhão de dólares.

O mecanismo de créditos de carbono da União Europeia cresceu 87% no ano passado, alcançando 92 bilhões de dólares, segundo o Banco Mundial.