diretas já

PM ataca manifestantes, enquanto Congresso vive dia tenso

'É um abuso do governo Temer que utiliza de aparato militar para avançar com as reformas e concluir seu golpe', afirmou o deputado Bohn Gass (PT-RS)

mídia ninja/reprodução

A polícia faz um cordão de isolamento impedindo o acesso à Praça dos Três Poderes

São Paulo – A Polícia Militar do Distrito Federal reprime, na tarde desta quarta-feira (24), manifestantes que estão na capital federal contra reformas propostas por Michel Temer (PMDB) e defendendo eleições diretas. A ação teve início quando o ato, que começou pela manhã, se aproximou do Congresso, por volta das 14h. De acordo com a organização, um homem teve um olho perfurado e um morador de rua foi atingido por balas de borracha no pescoço e na barriga. Os feridos foram levados ao Hospital de Base. A sessão do Congresso acaba de ser encerrada.

A força policial faz um cordão de isolamento impedindo o acesso à Praça dos Três Poderes, enquanto ativistas exigem o recuo dos agentes nos carros de som, afirmando que “é direito da população se manifestar próximo ao Congresso”. A PM vem promovendo investidas contra os manifestantes, que dispersam mas voltam a se reorganizar aos gritos de “Fora Temer”. O número de pessoas no protesto é crescente, e são esperadas mais de 100 mil pessoas no ato.

“As pessoas não estão aguentando as bombas de gás lacrimogêneo. É uma vergonha o Brasil viver essa situação onde as pessoas sequer podem se manifestar. É um abuso do governo Temer que utiliza de aparato militar para avançar com as reformas e concluir seu golpe. A população está de forma pacífica dizendo não às reformas que estão sendo colocadas. E transformaram isso em um verdadeiro campo de batalha. É uma guerra que o governo declarou contra a população brasileira. Só com violência para poder impor as reformas contra os trabalhadores”, afirmou o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS), que participa da manifestação.

lucas duarte
Morador de rua foi ferido por policiais e encaminhado ao hospital

Do carro de som, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse aos presentes que “hoje conseguimos uma vitória. Estamos defendendo as diretas já. Eles diziam que não tem jeito, porque a Constituição diz que em caso de queda do presidente nos últimos dois anos de mandato a eleição é indireta. Mas hoje conseguimos ler um relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), dizendo que se o Temer cair, teremos eleições diretas. Está marcada para a próxima quarta-feira (31) a votação no Senado. Por isso temos que nos manifestar para aprovarmos as diretas no Senado”.

O clima tenso também domina a Câmara dos Deputados. Parlamentares de oposição ocuparam a mesa da presidência da Casa aos gritos de “Fora Temer” e “Diretas Já”. A deputada Luiza Erundina (Psol-SP) afirmou: “Ninguém me tira daqui, fui eleita pelo povo. O povo brasileiro nos colocou aqui para lutarmos pelos direitos deles”. Deputados da base de Temer hostilizaram a oposição aos gritos de “eleições só em 2018, PT quebrou o Brasil” e “Temer, guerreiro do povo brasileiro”.

 

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