Santas Casas de São Paulo farão greve de um dia por reajuste em 100 procedimentos

Paralisação está marcada para 8 de abril, quando serão realizados apenas os atendimentos urgentes em 422 hospitais do estado

Médicos da Santa Casa de São Paulo, que irá aderir a paralisação, em cirurgia (Foto: Portal da Santa Casa de São Paulo)

São Paulo – Todas as 422 Santas Casas de São Paulo vão paralisar as atividades em 8 de abril, em protesto por reajuste no valor pago pelo Ministério da Saúde em 100 procedimentos médicos, que incluem consultas, exames e cirurgias. Serão realizados apenas os atendimentos urgentes. De acordo com a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), a tabela não é reajustada desde 2008, o que teria feito com que as instituições fechassem 2012 com dívida de R$ 12 bilhões.

A paralisação foi decidida após reunião do movimento “Tabela SUS Reajuste Já” com deputados na Assembleia Legislativa. Nela ficou decidido que gestores dos hospitais irão amanhã (26) a Brasília buscar apoio de parlamentares e conversar com representantes do governo federal. Segundo o movimento, a defasagem na tabela pode provocar um déficit anual de até R$ 5 bilhões.

O movimento pede também a interferência da presidenta Dilma Rousseff e o encaminhamento do problema aos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Saúde. O presidente da Fehosp, Edson Rogatti, alertou que o “quadro é realmente grave”, mas afirmou que acredita que “este não será o ano do colapso das Santas Casas”, mas “o ano do nosso renascimento”.

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou, em nota, que o órgão já repassou R$ 442 milhões para a manutenção dos serviços das Santas Casas nos últimos dois anos, sendo R$ 222 milhões em 2012 e R$ 220 milhões em 2011. “Os recursos foram aplicados no custeio de procedimentos ambulatoriais e hospitalares, incluindo exames, consultas e cirurgias”, aponta o texto. 

Além disso, o órgão informou que liberou, em março de 2011, um crédito para empréstimos de R$ 2 bilhões para santas casas, hospitais e entidades filantrópicas, em parceria com o BNDES. Em 2012, o montante foi reajustado para R$ 2,5 bilhões.

Rogatti, no entanto, afirma que os hospitais não conseguem acessar o crédito, pois os bancos de varejo – que operam as transações até R$ 10 milhões – estariam criando entraves devido aos juros reduzidos em comparação às transações convencionais. O BNDES informou, por meio da assessoria, que está negociando com a Caixa Econômica Federal para que a instituição realize os empréstimos. Informou também que 15 hospitais já contrataram o empréstimo, totalizando perto de R$ 1,7 bilhão.

 

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