Campanha recolhe 25 mil armas até setembro, diz Ministério da Justiça

Estado de São Paulo ficou em primeiro lugar do ranking, com 6.579 armas recolhidas

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fala sobre a Campanha Nacional do Desarmamento e índices de violência no Brasil (Foto: ©Wilson Dias/ABr)

Brasília – A Campanha Nacional do Desarmamento recolheu, até 30 de setembro, 25 mil armas em todo o país. Do total, 12% são armas pesadas, como fuzis, metralhadoras e submetralhadoras. De acordo com balanço do Ministério da Justiça, mais de R$ 2 milhões foram pagos em indenização desde maio deste ano.

“Consideramos um número dentro do que estava previsto”, avaliou o ministro José Eduardo Cardozo, após entrevista a emissoras de rádio durante o programa “Bom Dia, Ministro”. “Entendemos que estamos no caminho certo. Estamos fazendo uma ação ofensiva e espero que, até o final do ano, possamos tirar muitas armas de circulação e destruí-las”, completou.

O estado de São Paulo ficou em primeiro lugar do ranking, com 6.579 armas recolhidas, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 3.165, e pelo Rio de Janeiro, com 2.950. Ao todo, há 1,8 mil postos para entrega das armas.

Cardozo comentou do acordo entre o Ministério da Justiça e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o objetivo de destruir mais rapidamente armas guardadas sob a responsabilidade de fóruns em todo o país. Segundo ele, o Brasil tem um contingente muito grande de armas que permanecem nesses locais por força de processos judiciais.

“Lamentavelmente, é impossível evitar que algumas dessas armas sejam furtadas, subtraídas, roubadas dessas unidades forenses”, disse. “Quanto antes elas forem destruídas, menor o risco de que voltem à circulação”, ressaltou.

A Polícia Federal e as Forças Armadas também vão participar do acordo que, segundo o ministro, deve ocorrer na próxima reunião do CNJ. “É uma ação imediata, já que o entendimento está posto. Basta apenas formalizar para que possamos atuar nessa linha”, concluiu.

Homicídios

O país tem a terceira maior taxa de homicídios na América do Sul, com 22,7 casos para cada 100 mil habitantes. O país fica atrás apenas da Venezuela (49) e da Colômbia (33,4). Os dados fazem parte do Estudo Global de Homicídios 2011, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). O relatório, lançado nesta quinta-feira (6), apresenta um balanço dos índices de homicídios no mundo, com base em dados da Justiça criminal e dos sistemas de saúde pública de 207 países.

Em números absolutos, o Brasil, país mais populoso da América do Sul, lidera o ranking de homicídios, com 43.909 registros. Os dados referem-se a 2009 e, segundo o estudo, foram fornecidos pelo Ministério da Justiça. O relatório leva em consideração informações repassadas pelos países relativas a 2010 ou ao ano anterior mais recente.

Em todo o mundo, 468 mil pessoas foram assassinadas em 2010. Desde 1995, a taxa de homicídios tem diminuído em países da Ásia, da Europa e da América do Norte. No entanto, a quantidade de mortes violentas tem aumentado principalmente na América Central e no Caribe.

Segundo os dados, 42% dos homicídios envolvem armas de fogo. Nas Américas, 74% dos crimes são praticados com arma de fogo. Na Europa, objetos pontiagudos são as principais armas usadas em homicídios (36% dos assassinatos são praticados com tais objetos).

Ação integrada

Para Cardozo, o país precisa ter ações mais integradas e efetivas para a redução da violência. Ele disse que a impunidade é um dos principais aspectos a serem combatidos. O ministro destacou também a necessidade de se criar unidades específicas para a investigação de homicídios em cada estado, além de se agilizar processos judiciais.

“São grandes os desafios que todos aqueles que governam, seja no âmbito federal ou estadual, têm o dever de enfrentar de forma conjugada, superando entraves políticos e buscando soluções necessárias para a sociedade brasileira”, disse.

O fornecimento de equipamentos que permitam ações periciais mais céleres é uma das medidas para acabar com a impunidade, segundo Cardozo.

Fonte: Agência Brasil

Edição: Redação Rede Brasil Atual

Leia também

Últimas notícias