Por dignidade no trabalho, operários de obra do Maracanã retomam greve

Sindicato denuncia que acordo com consórcio está sendo descumprido. Trabalhadores ainda estão submetidos a situação insalubre

São Paulo – A greve dos operários da reforma do estádio do Maracanã foi retomada na madrugada desta quinta-feira (1º), motivada, segundo os trabalhadores pelo descumprimento do acordo feito no último mês com o setor patronal. Outra alegação é que as condições de trabalho tomaram o curso contrário do que foi prometido pelos empregadores e pioraram. Eles realizam manifestações desde as 3 horas da manhã, montado um piquete no acesso ao páteo das obras.

Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Rio de Janeiro (Sitraicp) e do Consórcio Maracanã 2014 – formado pela Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta – firmaram acordo, em agosto passado, pelo aumento do vale-alimentação de R$ 110 para R$ 160 e plano de saúde para todos os trabalhadores. Porém, segundo o sindicato, nada foi cumprido até o momento.

O presidente do Sitraicp, Nilson Duarte, denunciou que os operários continuam trabalhando em situação de insalubridade e periculosidade. “Além da falta de cumprimento das questões econômicas, como o não registro das horas extras no contra-cheque e da cesta básica, a qualidade da alimentação piorou. Um dos trabalhadores passou mal por ter bebido leite estragado”, alertou. Como medida, o próprio sindicato contratou peritos para a vistoria da situação das obras.

Acidente

Uma paralisação que durou quatro dias ocorreu em agosto, após uma explosão que feriu um operário e serviu de estopim para mobilização por melhores auxílios e condições de trabalho. Em notas para a imprensa, o consórcio argumentou que o acidente foi um “fato isolado” e que as causas do ocorrido foram apuradas e corrigidas.