Sem acordo com prefeitura, greve de servidores em São Paulo continua

Serviço funerário é 'ponta de lança' em paralisação por reajuste maior para todas as categorias do funcionalismo público

São Paulo – Os servidores públicos municipais de São Paulo decidiram, em assembleia, continuar a greve iniciada nesta terça-feira (30) por reajuste para todas as categorias do funcionalismo da cidade, pelo menos até próxima assembleia na quinta (1º). Uma comissão foi recebida por representantes da prefeitura na Secretaria de Planejamento e Gestão, porém não se chegou a um acordo a respeito da extensão dos índices apresentados para a saúde e educação – 13,43% e 11,23%, respectivamente – aos demais trabalhadores.

O serviço funerário, que já havia parado atividades em junho, é a área com mais adeptos à greve, segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep). Foram chamados membros da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para dirigir os carros do serviço funerário e realizar o translados de corpos. Irene Batista de Paula, presidente da entidade, critica que estão sendo utilizados recursos para desestruturar a paralisação. “Eles (GCM) não têm treinamento nem conhecimento para tal”, disse.

Outra área com grande adesão é a secretaria de finanças. As demais, como saúde, educação, meio ambiente e zoonoses, realizam paralisação parcial. Irene ressaltou que, mesmo com esforço dos servidores em encontrar um consenso junto à prefeitura, a continuidade da paralisação se tornou inevitável. “Tivemos reunião prévia com eles (prefeitura). Agora, vamos nos reunir para fazer balanços com o comando de greve para seguir com o movimento”, afirmou. A tendência é de que o movimento se fortaleça, segundo ela.

As categorias do funcionalismo público paulistano pedem 39,7% de reajuste – que representa a reposição salarial de 2005 até 2011, período da gestão do prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM, a caminho do PSD) – mudança na lei salarial, revisão dos planos de carreira e gratificações aos aposentados. Eles protestam contra os reajustes anuais de 0,01% previstos pela legislação municipal, estopim da série de manifestações da campanha salarial.