Chile fecha investigação de duas décadas sobre ditadura com mais 32 mil casos

São Paulo – O presidente do Chile, Sebastián Piñera, recebeu, nesta semana, relatos sobre 32 mil novos casos de violações de direitos humanos ocorridos durante o governo militar de Augusto […]

São Paulo – O presidente do Chile, Sebastián Piñera, recebeu, nesta semana, relatos sobre 32 mil novos casos de violações de direitos humanos ocorridos durante o governo militar de Augusto Pinochet (1973-90).

O relatório é fruto de um desdobramento da Comissão da Verdade e Reconciliação daquele país, iniciada logo após o fim do regime repressivo, e ao mesmo tempo simboliza o fim dos trabalhados inaugurados há mais de duas décadas, com o estabelecimento de um total de 2.279 casos de desaparecidos e executados políticos. 

A atual etapa, chamada de Comissão Valech, teve um período de duração de 18 meses e obteve relatos sobre 9,8 mil novos casos de tortura e 30 sobre desaparições ou execuções. Segundo a vice-presidenta executiva da comissão, Maria Luisa Sepúlveda, o presidente Piñera se comprometeu a fazer uma avaliação do material antes de torná-lo disponível a todo o país. “Não nos resta dúvida de que este é um passo na abordagem em políticas públicas que o Estado do Chile teve em relação às violações dos direitos humanos”, agregou a ex-secretária nacional de Direitos Humanos.

A nova apuração foi aberta durante o governo de Michelle Bachelet para abarcar casos que não foram investigados no período anterior, encerrado em 2005. Houve uma série de situações em que não foi possível provar uma motivação política direta por falta de provas. Mireya García, dirigente da Agrupação de Familiares de Detidos Desaparecidos, considerou muito alto o número de mortes que não foram esclarecidas. “São cifras aberradoras. Pode haver casos que não cumprem com os requisitos, mas que sejam quase 70% do total. É um absurdo, é ilógico.”

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