Mostra leva Cinema à praça pública em MG

Com programação gratuita e repleta de atrações, 14º Mostra de Tiradentes segue até o próximo sábado

14ª Mostra Tiradentes leva filmes à praça da cidade (Foto: Alexandre C. Mota/Divulgação)

Tiradentes – O primeiro festival de cinema do ano é bem democrático. Além de acontecer em uma cidade onde não existem salas de cinema, toda a programação da 14º Mostra de Tiradentes é gratuita. E não é pouca coisa. O evento que começou na última sexta, 21, segue até o próximo sábado com uma programação repleta de atrações.

São 134 filmes exibidos em três espaços de exibição, na praça central da pequena cidade histórica mineira, estruturada para 2 mil pessoas, no Cine-Tenda, de 700 lugares, e no Cine-Teatro, no Centro Cultural Yves Alves – sede do evento, que comporta até 150 espectadores.

No total, 30 longas em pré-estreias nacionais e mundiais, 104 curtas, e inúmeros debates com a participação de diretores consagrados, como Cláudio Assis, Julio Bressane e Cacá Diegues.

Com a escassa agenda cultural da cidade, a população de Tiradentes agradece. “Acho maravilhosos todos os filmes da mostra, porque aqui não tem outras atividades”, afirma a moradora Claudia Maria. Mas a Mostra de Tiradentes espera receber bem mais que a população local. O município, de 5 mil habitantes estima que cerca de 30 mil pessoas passem pelo evento.

Cinema e política

A abertura do festival teve as presenças da ministra Ana de Hollanda (Cultura) e da nova secretária do audiovisual, Ana Paula Santana, em seu primeiro compromisso público, poucas horas após assumir o cargo. Aliás, o tema desta edição da Mostra de Tiradentes é o cinema político brasileiro.

Dois nomes são homenageados na Mostra de Tiradentes, o ator pernambucano Irandhir Santos, com atuação expressiva em sucessos recentes como Tropa de Elite 2, maior bilheteria da história do cinema brasileiro, e o cineasta carioca Paulo Cezar Saraceni, autor do filme O Gerente que, em sua primeira exibição, abriu esta edição do festival.

Ao lado de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, Saraceni é um dos nomes fundamentais do chamado Cinema Novo, que começou na década de 1960. De baixo custo, com linguagem experimental, mais voltado a retratar a realidade brasileira, o movimento teve sua essência expressa em uma celebre frase de Glauber Rocha: “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.

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