BC agiu a tempo no caso do Banco PanAmericano, afirma Meirelles

Meirelles participou de reunião de comissões na Câmara dos Deputados e respondeu sobre o socorro ao banco do Grupo Sílvio Santos (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil) São Paulo – O presidente […]

Meirelles participou de reunião de comissões na Câmara dos Deputados e respondeu sobre o socorro ao banco do Grupo Sílvio Santos (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (11) que a instituição agiu a tempo no caso do Banco PanAmericano. “O Banco Central detectou o problema no tempo adequado”, disse após breve encontro com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

O PanAmericano recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial. Meirelles destacou que a solução foi dada pelo Grupo Silvio Santos, com aporte de recursos do FGC, uma entidade privada, “sem um centavo de dinheiro público”. Assim, avaliou Meirelles, foram preservados os depositantes do banco e a Caixa Econômica Federal, que detém parte do PanAmericano.

No ano passado, a Caixa pagou R$ 739,2 milhões para adquirir parte do banco, pertencente ao Grupo Silvio Santos. A instituição estatal, por meio da Caixa Participações S.A. (Caixapar), adquiriu 35,54% do capital total do PanAmericano.

Meirelles disse que o BC cumpriu os prazos legais para que fosse apresentada solução para o rombo. Ele afirmou ainda que a visita a Sarney foi um “dever protocolar”.

Após o encontro com o presidente do Senado, Meirelles participa agora de reunião de comissões na Câmara dos Deputados. Na pauta, a avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial. O objetivo é discutir o impacto das ações adotadas nas três áreas entre julho de 2009 e junho deste ano. As medidas tomadas pelo governo para evitar a valorização excessiva do real em relação ao dólar devem ser o principal tema dos debates.

Inconsistências contábeis

Nesta quarta-feira, o diretor de Fiscalização do BC, Alvir Alberto Hoffmann, afirmou que o PanAmericano está devidamente recuperado com o aporte de R$ 2,5 bi e “segue vida normal”. Segundo Hoffmann, não há indícios de novos casos de irregularidades em outros bancos, como tem sido ventilado no mercado financeiro.

De acordo com Hoffmann, o que houve foi uma “inconsistência contábil” nas demonstrações financeiras de junho, constatada em supervisão rotineira feita no final de julho. Tal inconsistência, confirmada no final de setembro, pode ter sido motivada por uma venda de carteira de crédito não baixada, explicou.

O diretor do Banco Central disse também que ainda não existe certeza sobre o quê provocou a irregularidade, nem o BC tem condições de identificar os responsáveis pelo desequilíbrio patrimonial. “Só teremos essas certezas mais à frente, com o desenrolar das investigações. Podemos afirmar, porém, que os acionistas e depositantes não perdem nada. O único que perde é o dono do banco (Grupo Sílvio Santos)”.

Com informações da Agência Brasil