Apoio federal é importante para moradores do Rio, diz pesquisador

Polícia Militar entrou em esquema de prontidão para reforçar segurança na área metropolitana

Policial passa em frente a ônibus queimado no bairro de Vicente de Carvalho no Rio de Janeiro (Foto: Sergio Moraes/Reuters)

São Paulo – Para o professor Doriam Borges, pesquisador do Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a insegurança da população do Rio de Janeiro em face à série de ataques na região metropolitana é ocasionada pela sensação de ausência de controle social. Esta quarta-feira (23) marca o quarto dia de ataques a ônibus na capital do estado.

Borges acredita que o apoio federal tem grande importância para os moradores não entrarem em pânico. “A participação do governo federal, nas ações que estamos vivenciando nesses dias, tem um valor simbólico para a população, no sentido de que temos reforços. Não sei se na prática precisamos de reforço desse tipo, acho que somente na subjetividade da população”, afirmou.

Segundo ele, ainda é cedo afirmar se as ações são resposta às unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). “Eu acho que ainda está um pouco cedo para afirmar isso [retaliação às UPPs], a Secretaria de Segurança ainda está realizando investigações para saber se essas ações são retaliação ou reações a uma política desenvolvida pela Polícia Militar”, disse.

Diante da possibilidade de os criminosos do Complexo do Alemão, na Penha, zona norte, se alierem aos traficantes da Rocinha, facção rival, o professor afirma que seria uma surpresa caso isso se confirme. “Se isso for de fato verdade (união entre facções), eu acho uma grande novidade no estado do Rio, considerando o tipo de relação, a forma como o trafico e as facções querem dominar territórios. Seria uma surpresa se as investigações de fato descobrirem que isso é verdade.”

Em decorrência dos ataques criminosos, o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Mário Sérgio Duarte, determinou nesta quarta-feira (24) estado de prontidão para todos os policiais dos 19 batalhões. Folgas e escalas foram canceladas e todos os que não estavam de serviço tiveram que se apresentar nos quartéis.

Transporte público

Mesmo com cinco registros de ônibus incendiados nas últimas horas, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) informou que não haverá redução de frota que circula pela região metropolitana. O diretor de Comunicação da entidade, João Augusto Monteiro, declarou que os motoristas estão sendo orientados a manterem a calma.

Agostinho Ferreira, na profissão de motorista há 22 anos, explicou que dirigir ônibus na situação atual mexe com o psicológico. “Sinto muito medo”, disse à Agência Brasil. “Receio de pessoas entrarem no carro, incendiar com a gente e com os passageiros. Às vezes, vemos um grupo de três ou quatro na frente e a adrenalina já sobe. A empresa só mandou a gente ficar de olho, mas as coisas acontecem do nada, em qualquer ponto da cidade”, relatou.

Com informações da Agência Brasil

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