Serviço Médico Legal inicia exumação do corpo de Victor Jara
Justiça quer saber em que condições ocorreu o assassinato realizado durante a ditadura de Pinochet
Publicado 05/06/2009 - 15h29
SANTIAGO – Peritos do Serviço Médico Legal e membros da brigada dos Direitos Humanos da Polícia Civil iniciaram na quinta-feira (4) os trabalhos de exumação do corpo do cantor e compositor chileno Victor Jara, assassinado durante a ditadura de Augusto Pinochet em 16 de setembro de 1973.
O juiz Juan Eduardo Fuentes, responsável pela investigação do crime, decidiu antecipar a perícia para descobrir as causas da morte de Jara para identificar os tipos de armas usadas, distância, ângulo do disparo, entre outras informações sobre o crime.
De acordo com a versão do ex-militar José Adolfo Paredes Marquez, que confessou ser um dos autores dos 44 disparos que acabaram com a vida do cantor, um subtenente teria dado o primeiro tiro, na lateral da cabeça de Jara, e em seguida ordenado para que outros soldados concluíssem o crime.
Nos últimos dias, Paredes voltou atrás em sua declaração e negou a autoria do crime, afirmando ter sido vítima de pressão por parte dos policiais que o interrogaram. Em entrevista ao jornal La Tercera, o ex-soldado, de 54 anos, disse que durante o interrogatório, ao qual foi submetido, a pedido do juiz Fuentes, “estava perturbado e não aguentava mais”. “Se tivessem me pedido para confessar 20 mortes, diria que sim para me deixarem em paz”, contou o militar.
No início da semana, a polícia chilena iniciou uma série de interrogatórios a 70 soldados que estavam trabalhando no dia do crime, no estádio chileno da capital do país que foi convertido em campo de prisioneiros políticos durante o regime militar e hoje recebe o nome de Victor Jara. A medida busca confrontar as declarações dos ex-soldados com a de Paredes e desvendar as causas da morte do cantor.
Informações da Agência Ansa.