Trabalhadores da EBC fazem greve contra intransigência e censura da direção
Segundo os jornalistas e radialistas da empresa pública, foram sucessivas reuniões sem que a direção da EBC demonstrasse disposição de negociar. Além de não apresentarem proposta de reajuste, querem retirar cláusulas conquistas em acordo anterior
Publicado 14/11/2017 - 09h09
São Paulo – Jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) entraram em greve a partir da meia-noite desta terça-feira (14), depois de a direção da empresa pública se negar a discutir reajuste salarial e ameaçar retirar direitos previstos em acordo coletivo.
Os trabalhadores denunciam que a EBC quer congelar salários e propôs reajuste zero para cláusulas econômicas, como vale-refeição, auxílio-creche e auxílio para pessoas com deficiência. Quer, ainda, acabar com o vale-cultura e com a multa em caso de descumprimento do acordo coletivo.
Eles afirmam que a greve é decorrente da intransigência da EBC em negociar com os funcionários. Foram oito reuniões em que a empresa não apresentou propostas para cláusulas econômicas. Enquanto os trabalhadores cederam em diversos pontos que buscavam avançar, de modo a preservar o acordo coletivo anterior, a EBC recuou apenas pontualmente na sua proposta que avança sobre direitos conquistados.
Em defesa da comunicação pública, os jornalistas e radialistas da EBC denunciam ainda perseguições políticas, casos de censura e ameaças da parte da diretoria nomeada pelo governo Temer há um ano.
Com sede em Brasília e filiais no Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Rio Grande do Sul, a EBC faz a gestão da TV Brasil, TV Brasil Internacional, Agência Brasil, Portal EBC, Radioagência Nacional e do Sistema Público de Rádio – composto por oito emissoras.