Reforma trabalhista

Mesmo impopular, governo se impõe ao Congresso, lamenta UGT

Presidente da central acredita que a saída neste momento é tentar um acordo para 'tirar alguns defeitos graves' do projeto aprovado ontem. Já o líder da CSB pede 'povo na rua'

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Patah: vamos buscar uma decisão conjunta

São Paulo – O presidente da UGT, Ricardo Patah, lamenta que um governo acuado consiga impor seus planos ao Congresso, como ocorreu ontem, na aprovação do projeto de “reforma” trabalhista. “Um governo frágil, de baixíssima aprovação, coloca o Congresso de quatro”, critica. Ele acredita que a saída neste momento, “pragmaticamente”, é buscar mitigar os efeitos ruins do projeto por meio de uma medida provisória, uma solução que nem todas as centrais parecem aprovar.

“Temos de pelo menos tirar alguns defeitos graves”, diz Patah, citando itens como homologação, trabalho intermitente, presença de mulheres em locais insalubres e acordos individuais. O assunto será discutido amanhã, em reunião das centrais em São Paulo. “Vamos tentar conscientizar todos e tentar, juntos, tomar uma decisão.”

Mesmo com o governo sob pressão, o dirigente acredita que é possível confiar em um acordo que inclua vetos a alguns itens do projeto e a edição de uma medida provisória. “Acredito que sim. Na última conversa com o Temer (há aproximadamente 20 dias), ele falou que garante.”

Para o presidente da CSB, Antonio Neto, “não é hora de reclamação, é hora de organização, de ‘os soldados irem para o quartel e se apresentarem para a luta'”. Em declarações anteriores, ele já manifestou descrédito quanto a um acordo com o governo. “Não adianta Maia (referência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia), não adianta Temer. O que adianta é povo na rua, e é isso que nós vamos fazer.”