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FUP: ‘Trabalhadores pagam com a vida o desmonte promovido por Parente’

Três trabalhadores morreram em explosão durante manutenção de uma caldeira na Bacia de Campos, no Rio. Histórico mostra que terceirização de serviços afeta negativamente os trabalhadores

Odebrecht/Divulgação

Petroleiros morreram durante uma manutenção de uma caldeira que não operava no navio sonda NS-32

São Paulo – Três trabalhadores morreram durante uma explosão sexta-feira (9) em uma caldeira na praça de máquinas, no Campo de Marlim, um dos principais ativos da Petrobras na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirma que as mortes são decorrentes do sucateamento imposto pela gestão Pedro Parente. “Trabalhadores pagam com a vida o desmonte promovido por Parente”, diz.

Os petroleiros morreram durante a manutenção de uma caldeira que estava inativa no navio sonda NS-32, operado pela Odebrecht. Não houve incêndio, mas o vapor super aquecido causou queimaduras graves nos trabalhadores. 

A Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) afirmou também em nota que o caso não pode ser considerado apenas um acidente. “Há um histórico, que mostra claramente como a terceirização dos serviços afeta negativamente os trabalhadores”, diz.

Na explosão, morreram os trabalhadores Erickson Nascimento de Freitas, de apenas 29 anos,  Jorge Luiz Daminão, 44 anos, e Eduardo Aragão de Lima, de 33 anos. 

A FUP diz que Parente “dizimou” o serviço próprio de sondas da Petrobras. “O resultado deste desmonte é a terceirização de atividades-fim, com precarização dos serviços e mais riscos para os trabalhadores”, afirma a federação.

Segundo dados da FUP, já são cinco mortes ocorridas este ano em unidades do Sistema Petrobras, em função de acidentes. Todos os trabalhadores eram terceirizados. Nos últimos 22 anos, foram 373 vítimas de acidentes fatais na Petrobras, das quais 304 eram prestadores de serviço.