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Vannuchi: ‘Greve é direito humano e universal’

Ao comentar estratégia que nasceu com a Revolução Industrial para combater abusos, analista aposta na adesão da população à greve geral da próxima sexta-feira

Reprodução/ONU

Carta da ONU dispõe sobre direitos a condições satisfatórias de trabalho e proteção ao desemprego

São Paulo – O analista político Paulo Vannuchi, ex-ministro do governo Lula e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), aposta em grande adesão à greve geral convocada por centrais sindicais e movimentos sociais para a próxima sexta-feira (28) contra as reformas do governo Temer. Ele afirma que a greve é um direito humano e universal, respaldado por acordos e entidades internacionais. 

O analista destaca artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos (198), da Organização das Nações Unidas (ONU), que define que “toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção ao desemprego”.

“Essa greve geral da sexta-feira caminha para ser uma greve contra o desemprego”, afirma Vannuchi, em comentário à Rádio Brasil Atual nesta quarta-feira (26). Ele ressalta que o direito de greve também consta em acordos dos quais o Brasil é signatário, como o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, e também é defendido como ferramenta de proteção do direito humano ao trabalho pela OEA e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

O comentarista lembra que as greves nasceram com a Revolução Industrial, ainda no século 18, como estratégia para frear abusos na exploração e lutar por melhores condições de trabalho, numa época marcada por jornadas de trabalho absurdas, brutais acidentes e trabalho infantil. “Se o trabalhador parar, a produção para. Essa é a regra de sempre.”

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