Êxito Total

CUT-SP: ‘Greve geral está dentro da expectativa’

Com paralisação do transporte público e trancamento nas principais vias, capital paulista amanheceu vazia. Dirigente classificou as ações como exitosas

Brasil de Fato

Com o transporte público parado, o Terminal Bandeira, no centro da capital, não teve nenhuma movimentação

São Paulo – Com o transporte público parado, na capital, grande São Paulo, e também em cidades médias do interior, somados à adesão de categorias profissionais como os metalúrgicos, petroleiros, eletricitários, bancários, correios, professores, entre outros, a greve geral desta sexta-feira (28) contra as reformas do governo Temer está dentro das expectativas, segundo a CUT-SP. Com bloqueios nas principais vias da capital, a “cidade de São Paulo está vazia”, ressaltou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, em entrevista à Rádio Brasil Atual, ao fazer um balanço da mobilização, por volta das 9h30 desta manhã. 

Classificando as paralisações, até o momento, como um “êxito total”, Izzo disse esperar que “essa forte mobilização pressione os parlamentares a paralisar a reforma trabalhista no Senado e a da Previdência nem comece.”

“Com essa greve o povo demonstra firmemente que não quer as reformas. Pesquisas já indicaram isso. O Congresso foi eleito com o voto do povo e não pode ignorar a vontade popular. O presidente não podemos dizer o mesmo porque é um golpista, que não teve voto”, afirmou o presidente da CUT-SP. 

Sobre alegação de que a greve é só de sindicalistas, como divulgado pela mídia tradicional, sites e internautas contrários à greve, Douglas Izzo afirmou tratar-se de tentativa de manipulação dos veículos da imprensa tradicional que apoiaram o golpe que conduziu o presidente Michel Temer à cadeira da Presidência da República, e destacou o apoio popular.

“Sou da periferia, minha filha estuda em escola pública e faz parte do movimento estudantil. Eu sou presidente da CUT São Paulo e sou um cidadão como todo os outros. Não se pode separar o sindicalista do povo. Isso é uma tentativa de manipulação de setores da imprensa que apoiaram o golpe e estão apoiando as reformas. Não são os jornalistas, mas os donos dos veículos de comunicação. O apoio do povo é muito grande à greve, não há hostilidade aos grevistas, pelo contrário. Isso preocupa os donos dos meios de comunicação”, afirmou o dirigente.

Gestão Doria

Sobre a ação do subprefeito de Pinheiros, que na noite desta quinta feira (27) defendeu que a greve fosse feita não em dia de trabalho, e fez trabalhadores dormirem na prefeitura regional, Douglas Izzo rebateu e cobrou investigação sobre o caso:

“Fazer greve em dia que não tem expediente não é greve. Isso demonstra como essa prefeitura trata a relação com os servidores. isso é quase escravidão. Obrigar a dormir no local para garantir o funcionamento da repartição pública. Isso tem de ser investigado.” 

O prefeito João Doria ameaçou ainda os servidores de corte de ponto e disse que não vai permitir a realização do 1º de Maio na Avenida Paulista. “Esse rapazinho acha que é dono da cidade de São Paulo. Nós vamos fazer o 1ª de Maio da resistência após essa forte greve. Está todo mundo convidado a ir ao Masp, organizar os próximos passos da mobilização dos trabalhadores e dar um recado a esse cidadão que quer vender a cidade.”

A prefeitura de São Paulo justifica a proibição baseado em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que autoriza a realização de apenas três grandes shows por ano na principal avenida da capital paulista. Douglas explicou que as apresentações previstas fazem parte das apresentações culturais integradas as mobilizações, e não configuram show exclusivamente. 

governo Alckmin também proibiu a CSB de realizar seu evento de 1º de maio no Memorial da América Latina. “Há uma tentativa de impedir a organização dos trabalhadores em São Paulo”, alertou o dirigente da CUT.