mobilização

Metalúrgicos da Nissan dos EUA fazem protesto contra prática antissindical

Montadora é acusada de ameaçar e intimidar funcionários para impedir a organização sindical da categoria

REPRODUÇÃO/TVT

Cerca de 4.500 trabalhadores marcharam, no último sábado (4), pelas ruas da cidade de Canton

São Paulo – Cerca de 4.500 trabalhadores da Nissan marcharam, no último sábado (4), pelas ruas da cidade de Canton, no Mississipi, Estados Unidos, em protesto contra as práticas antissindicais da montadora japonesa. A Nissan é acusada de ameaçar e intimidar funcionários para impedir sua organização sindical.

O ato teve o apoio de metalúrgicos brasileiros e franceses. Em entrevista ao Seu Jornal, da TVT, o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres, que participou da caminhada, explica a importância do amparo internacional. “É importante para mostrar para eles que é possível fazer essa luta em países, inclusive nos que não são de Primeiro Mundo, e impor à empresa que ela respeite os direitos dos trabalhadores. Se é possível no Brasil, lá também é.”

Ativistas e parlamentares norte-americanos também prestaram solidariedade no ato. O ator Danny Glover criticou as promessas de bons empregos feitas pela Nissan quando se instalou no Mississippi, e disse que a empresa tem cometido violações na área de segurança e saúde, além de negado aos seus trabalhadores o direito básico de votar pela sindicalização. 

De acordo com o senador Bernie Sanders, existe representação sindical em 42 das 45 fábricas da Nissan no mundo inteiro, e os trabalhadores dos Estados Unidos não devem ser tratados de forma diferente.

No final de 2015, o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos Estados Unidos denunciou a Nissan e uma agência de temporários por terem cometido violações de direitos trabalhistas no Mississippi. O conselho descobriu que a montadora havia ameaçado fechar a planta caso houvesse a sindicalização e também demitir trabalhadores por atividade sindical. Todas são consideradas ações ilegais.

Nina Turner, ex-senadora pelo estado de Ohio, denunciou a situação dos trabalhadores afro-americanos, que representam 80% dos funcionários da fábrica. Ela afirmou que toda vez que cada um tem de defender seus direitos, os metalúrgicos sofrem ameaças e intimidação por parte da empresa.

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