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Metroviários de São Paulo rejeitam proposta, mas suspendem greve

Assembleia decide remarcar paralisação para 7 de março. Pagamento de Participação nos Resultados é aguardado para esta sexta. Categoria pode participar de protesto nacional das centrais, no dia 15

Antonio Cruz/Agência Brasil

Nesta quarta, como sinalização da mobilização, os metroviários trabalharam sem o uniforme da empresa

São Paulo – Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (22), os metroviários de São Paulo suspenderam a greve que estava marcada para esta quinta. A categoria rejeitou proposta do Metrô de pagamento da Participação de Resultados (PR), mas fará nova assembleia em 6 de março, para decidir se entra em greve no dia seguinte. De acordo com o diretor do sindicato da categoria Wagner Fajardo, o pagamento da PR é esperado para a próxima sexta-feira (24). Os trabalhadores podem ainda participar do dia nacional de paralisações convocado pelas centrais sindicais para 15 de março, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência.

“No ano passado, assinamos acordo coletivo em que o Metrô se compromete a pagar a participação de resultados aos funcionários referente a uma folha de pagamento”, afirmou o dirigente, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Na manhã desta quarta, representantes do sindicato se reuniram com os dirigentes da companhia no Tribunal Regional de Trabalho da 2ª Região (TRT2). Não houve acordo na negociação. A empresa ofereceu apenas metade do PR mínimo pago em 2016, o que totalizaria R$ 2.600. 

O TRT2 propôs que o Metrô pague os R$ 2.600 no próximo dia 15 e que as partes negociem os outros 50% reivindicados pelos metroviários. No final da tarde, segundo o sindicato, a empresa fez nova proposta, prevendo pagamento parcelado em três vezes. Os trabalhadores rejeitaram. 

Metroviários trabalharam hoje (22) sem o uniforme, em gesto de protesto. O gesto deverá se repetir em 6 de março. Ao comentar os dois descarrilamentos ocorridos em linhas da companhia nos últimos 15 dias, Fajardo diz que os metroviários denunciam o problema há muito tempo.

Terça-feira (21), um trem da Linha 5-Lilás descarrilou quando saía da estação Adolfo Pinheiro. No último dia 7, acidente semelhante ocorreu na Linha 3-Vermelha, na zona leste. A falta de manutenção na frota de trens é uma antiga advertência feita pela entidade, segundo Fajardo. “A Linha 5 está para ser privatizada, e funciona como um laboratório. E sabemos que na Linha 4-Amarela, de gestão privada, o número de falhas técnicas já é maior do que na linha estatal”, critica.

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