Resistência

Bases da FUP aprovam, e acordo deve ser assinado no dia 31

Agora, petroleiros querem discutir estratégias de mobilização contra o processo de 'desmonte' da companhia

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Rangel: “garantimos na mesa de negociação que nenhum direito dos petroleiros fosse usurpado”

São Bernardo do Campo (SP) – As bases dos sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) aprovaram proposta para o termo aditivo ao acordo coletivo de trabalho, que deverá ser assinado daqui a uma semana, no dia 31. O coordenador da FUP, José Maria Rangel, destacou a garantia de aumento salarial com base no Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese. “A empresa não queria dar reajuste nenhum, depois passou para um reajuste escalonado e parcelado”, lembrou, após participar debate na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Segundo ele, a maioria das bases já aprovou a proposta, seguindo orientação do Conselho Deliberativo da FUP, que reúne os 13 sindicatos filiados. Um processo que exigiu “muita estratégia, muita paciência”, segundo Zé Maria. A empresa ofereceu 8,57% de reajuste no salário básico e na Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR), retroativo à data-base (1º de setembro). A proposta anterior, que havia sido rejeitada, era de 6% no salário básico e na RMNR, retroativo a setembro, mais 2,8% a serem pagos em fevereiro, sem retroatividade.

Em nota, a federação afirmou que a campanha salarial exigiu “mais de quatro meses de embate com a nova gestão da Petrobras, que chegou, inclusive, a buscar uma mediação no TST (Tribunal Superior do Trabalho), que a FUP negou veementemente. Garantimos na mesa de negociação que nenhum direito dos petroleiros fosse usurpado”.

O passo seguinte, segundo os sindicalistas, é resistir à “entrega” da Petrobras. A FUP indicou estado de greve contra as privatizações no sistema. Haverá reunião extraordinária nos próximos dias 30, 31 e 1º de fevereiro para discutir estratégias “e um amplo calendário de lutas para nos contrapormos à privatização”.

Outras questões do acordo ainda serão discutidas, como regulamentação de horas extras e redução de jornada e salários para parte dos funcionários. “Não é um processo impositivo, é negociação”, observou o coordenador da FUP.