CUT terá paridade entre homens e mulheres em cargos de direção

Nova regra, aprovada no 11º Congresso Nacional da central, vale a partir de 2015

Trabalhadoras festejam aprovação da ampliação da presença da mulher nas decisões da CUT (Roberto Parizotti)

São Paulo – No mais acirrado debate do 11º Congresso Nacional da CUT (Concut), em São Paulo, o plenário aprovou no início da tarde de hoje (12) uma alteração no estatuto para garantir a paridade de gênero na direção da central. A partir do próximo congresso, em 2015, o número de homens e mulheres será igual – hoje, as mulheres representam 30% –, inclusive nas instâncias estaduais. Antes da votação, houve várias manifestações, principalmente a favor da paridade, com bandeiras, batucada e cantoria. Depois, muitas choraram, enquanto cantavam o Hino Nacional e a música Maria, Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant.

“Isso significa trazer a mulher para dentro da central. A nossa central está reconhecendo que as mulheres são parte da classe trabalhadora, que elas são importantes para construir organizações democráticas”, afirmou a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane da Silva, empregada no setor de calçados. Ela contestou argumentação dos setores contrários à paridade. Algumas das forças políticas que atuam na central eram contra a mudança no estatuto.

“Isso não divide, pelo contrário. Significa reconhecer que a classe trabalhadora tem dois sexos. Uma central sindical que quer representar os trabalhadores tem de reconhecer a opressão”, disse Rosane, para quem não se trata de uma questão numérica, mas de reconhecer que as mulheres são discriminadas no mercado de trabalho e, inclusive, no movimento sindical.

O congresso termina amanhã (13). Dos 2.322 delegados credenciados, 974 (42%) são mulheres.