Trabalhadores da Fundação Casa, em São Paulo, podem entrar em greve

Júlio Alves pede ao governador que preste atenção nos servidores da Fundação Casa e que se preocupe com possível paralisação (Foto: Sitraemfa) São Paulo – Trabalhadores da Fundação Casa podem […]

Júlio Alves pede ao governador que preste atenção nos servidores da Fundação Casa e que se preocupe com possível paralisação (Foto: Sitraemfa)

São Paulo – Trabalhadores da Fundação Casa podem entrar em greve a partir da próxima semana para cobrar do governo de São Paulo reajuste salarial e melhores condições de trabalho. A paralisação será decidida neste sábado (17) durante assembleia.

A negociação das reivindicações está sendo realizada diretamente com a diretoria da Fundação Casa, a entidade que abriga menores em conflito com a lei. A pauta foi enviada à instituição no dia 17 de janeiro e, desde de então, não foi feita nenhuma contraproposta aos trabalhadores. Caso não sejam apresentadas respostas até a assembleia de sábado (17), os trabalhadores entrarão em greve à meia-noite do dia 20 de março.

O Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa) apresentou cinquenta e três itens em sua pauta, liderada pela valorização salarial. Nos últimos anos, segundo a entidade, os trabalhadores da Fundação Casa tiveram uma perda de quase 35% na remuneração. O piso salarial da categoria é de R$729,00, e eles pedem que o piso passe a ser de  R$1.500,00. “Essa perda ocorreu porque o governo de São Paulo não repôs a inflação para os trabalhadores ao longo de seis anos”, declarou o presidente da Sitraemfa, Júlio Alves.

Atualmente a fundação possui 10.600 funcionários de um quadro de 12.000. Mais de 1.400 trabalhadores foram afastados devido a questões de saúde física e mental causadas pelas condições de trabalho, de acordo com o sindicato. Outro motivo da diminuição do número de funcionários são as constantes demissões. “Temos vários servidores que do ano passado para cá pediram demissão por estarem desmotivados”, declara Júlio Alves.

A segurança no local de trabalho é outro ponto que preocupa os funcionários da instituição. Segundo Alves, as unidades estão construídas em lugares que não são apropriados e oferecem risco aos trabalhadores. Atualmente, há em torno de 8.200 adolescentes internados no estado de São Paulo e o número de funcionários não é suficiente para administrar essa quantidade de internos. “A segurança se dá de duas formas. Primeiro, com a capacitação de seguranças, de servidores. Segundo, com um efetivo compatível com as necessidades da unidades”, comenta o presidente da Sitraemfa.

Para Alves, a paralisação dessa categoria causa preocupação. “A greve da Fundação Casa oferece um risco. Tanto aos adolescentes que estão lá dentro e que podem ser vitimados por outros, quanto aos funcionários que porventura ficaram e também a própria sociedade, que pode ser vitima de um grande tumulto na mediação da sociedade”, afirma.

Questionada a respeito da paralisação, a Fundação Casa informou que ainda está estudando o caso e que só vai anunciar sua posição após a assembleia.