Centrais voltam a pressionar por isenção de Imposto de Renda na PLR

Em ato na avenida Paulista, representantes dos trabalhadores pedem sensibilidade do governo para aprovação de medida. Na visão de sindicatos, proposta aumenta consumo e cria empregos

Manifestação contou com a participação de bancários, metalúrgicos, petroleiros, químicos e urbanitários (Foto: Celso Luiz)

São Paulo – Trabalhadores de várias categorias reuniram-se hoje (22), em frente à sede do Banco Central, na avenida Paulista, para dar sequência às mobilizações para pressionar pela isenção do Imposto de Renda sobre a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). 

Pela manhã, os bancários da região retardaram a abertura de agências na região. Além deles, metalúrgicos, químicos, petroleiros e urbanitários participaram do ato, realizado no dia seguinte ao fechamento de parte da rodovia Anchieta, na divisa entre São Paulo e São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e de reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, afirmou durante o protesto que a tributação sobre a PLR é injusta por comprometer a renda do trabalhador. “Pela nossa proposta, esse trabalhador vai ser isento. Então, vai trocar TV, vai trocar o fogão, vai pagar suas contas. É mais dinheiro na economia. Se o comércio vende mais, há uma demanda maior, isso gera mais empregos, que é o que o Brasil precisa para continuar nessa linha de crescimento.”

Nas últimas semanas, as centrais sindicais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego voltaram a se mobilizar pela aprovação dos projetos de lei 1.186, de 2011, e 3.155, de 2012, de autoria, respectivamente, dos deputados Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, e Ricardo Berzoini, ambos petistas de São Paulo. Na reunião em Brasília, o ministro Mantega informou que analisa, desde o ano passado, a viabilidade financeira da proposta, e se comprometeu a realizar nova reunião dentro de 15 dias para chegar a um ponto comum.

Durante a conversa, as centrais discordaram da visão de Mantega de que a aprovação dos projetos pode trazer uma perda de arrecadação de R$ 5 bilhões. Para elas, o governo abrirá mão de muito menos por se tratar de uma isenção limitada a um teto de R$ 8 mil de PLR. O secretário de Administração e Finanças da CUT, Vagner Freitas, cobra sensibilidade da equipe econômica de Dilma Rousseff para o tema. “Essa classe média criada pela estabilidade econômica, e que é uma classe média trabalhadora, organizada em sindicatos fortes da CUT, não tem sido aquinhoada. O governo precisa saber quem são seus aliados. A emenda que estamos fazendo é justa, plausível, não causa problema econômico. Pelo contrário, distribui recursos no mercado interno.”

Na próxima terça-feira (27), dirigentes sindicais vão ao Congresso Nacional na tentativa de sensibilizar os parlamentares para a necessidade de aprovar os projetos. 

 

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