Terceirizado da Petrobras faz protesto em São Paulo contra assédio moral

Trabalhadores da Worktime estariam sendo obrigados a pedir demissão

 

São Paulo – Funcionários da Worktime, prestadora de serviços à Petrobras, no edifício-sede de São Paulo, interromperam atividades nesta segunda-feira (19) e prometem manter os braços cruzados até quarta (21). Eles denunciam que estariam sendo obrigados a pedir demissão, o que isentaria a empresa do pagamento da multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A justificativa seria falta de verba para pagamento de todas as recisões. O contrato com a Petrobras termina este mês.

Os trabalhadores realizaram ato na avenida Paulista, região central da capital, e denunciaram “conivência” por parte da Petrobras, que até o momento não teria interferido na negociação. Segundo o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), a Worktime tem convocado os trabalhadores individualmente para obrigá-los a pedir demissão, sob o risco de ter de recorrer à Justiça para reaver os direitos.

Ainda de acordo com o sindicato, a terceirizada teria dito aos funcionários que discordassem da “orientação” que haveria vetos aos seus nomes em contratos futuros com a Petrobras. A orientação do sindicato é que nenhum trabalhador assine documentos.

O estado de greve foi decretado no último dia 6. A Worktime, que também presta serviços à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), não atendeu à reportagem.

A Petrobras informou que até o final da tarde de ontem não recebeu nenhuma informação sobre eventuais débitos salariais da Worktime com seus empregados. “Rotineiramente, a Petrobras solicita às empresas prestadoras de serviços as certidões negativas de débitos federais, particularmente sobre o recolhimento das contribuições ao INSS e FGTS. No caso do contrato com a empresa Worktime, as certidões comprovam que os recolhimentos estão regulares. O contrato se encerra em 25/09/2011”, diz nota divulgada pela estatal.

O sindicato realizou outra manifestação na avenida Paulista para cobrar mais segurança no trabalho. A entidade afirma que, em agosto, oito trabalhadores morreram durante o serviço. Na quarta-feira (14), o ajudante de serviços gerais José Ricardo Rosa, de 41 anos, da terceirizada Gramo Engenharia, foi atingido na cabeça por um poste de 4 metros de altura, durante realização de obra de sinalização de faixas e dutos no município de Siriri, em Sergipe.

Petroleiros

Os trabalhadores da Petrobras, com data-base em 1º de setembro, reivindicam reajuste correspondente à inflação acumulada entre 1º de setembro de 2010 e 31 de agosto de 2011, de acordo com o ICV-Dieese, aumento real de 10% a título de produtividade, vale-refeição e participação de lucros ou resultados (PLR). A categoria também pede a reabertura de negociações do Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCAC) com a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

 

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