Acordos de PLR em Taubaté superam 2010 e devem atingir até R$ 140 milhões

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, ritmo continua forte, mas importações preocupam

São Paulo – Mesmo em uma conjuntura menos favorável que a de 2010, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, interior paulista, está fechando acordos de participação nos lucros ou resultados (PLR) com valores, em média, 20% superiores aos do ano passado. O presidente da entidade, Isaac do Carmo, acredita que o total dos prêmios este ano poderá atingir de R$ 130 milhões a R$ 140 milhões, ante R$ 110 milhões em 2010. A participação de trabalhadores atingidos pelos acordos deverá subir de 80% para 90% do total.

“O ritmo continua forte. O setor ainda está aquecido”, diz Isaac. “Por enquanto não sentimos (dificuldades), mas é um momento oportuno para discutir com o governo medidas para o setor industrial”, acrescenta, referindo-se às discussões entre trabalhadores e empresários para apresentar propostas de estímulo ao setor industrial. Ele avalia que as medidas do governo para conter o consumo deverão ser sentidas a partir do segundo semestre.

O segmento automobilístico responde por 70% da base do sindicato, hoje formada por 22 mil metalúrgicos e com duas montadoras na região, a Ford (produção de motores, transmissões e componentes) e a Volkswagen (Gol e Parati), responsáveis por R$ 37 milhões de PLR. A Volks, por exemplo, já pagou a primeira parcela, de R$ 5,2 mil por funcionário, valor aplicado também nas fábricas de São Bernardo, na região do ABC, e de São Carlos, também no interior.

A valorização do real em relação ao dólar atinge diretamente essas duas unidades. “A estratégia das montadoras de importar peças está muito forte”, conta Isaac. O sindicalista cita a importância do setor metalúrgico para a economia de Taubaté, onde há 86 mil trabalhadores com carteira assinada. Segundo ele, em torno de 45% do 13º salário vem da área metalúrgica.

Na base do sindicato do ABC, a expectativa é de que os valores também cresçam em relação a 2010. No ano passado, os prêmios de PLR na base somaram R$ 390 milhões.

Paraná

A greve dos trabalhadores da Volks em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, completou um mês sem perspectiva de solução. O impasse está justamente em relação ao pagamento da PLR, já que o Sindicato dos Metalúrgicos local rejeitou o valor aplicado nas outras fábricas. Matéria publicada nesta sexta-feira (3) no jornal Valor Econômico destaca que o impasse torna incerto o futuro das atividades naquela unidade, que ficou fora do última programa de investimentos anunciado pela montadora (R$ 6,2 bilhões de 2010 a 2014).

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