SP precisa de um novo modelo de desenvolvimento, afirma presidente da CUT do estado

São Paulo – Quando 2009 começou, à beira de uma profunda crise econômica mundial, o panorama indicava que mais uma vez os trabalhadores brasileiros “pagariam a conta”. Mas estes não […]

São Paulo – Quando 2009 começou, à beira de uma profunda crise econômica mundial, o panorama indicava que mais uma vez os trabalhadores brasileiros “pagariam a conta”. Mas estes não se intimidaram e reagiram com protestos, manifestações e ações propositivas para um novo modelo de estado, indica Adi Santos Lima, presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP). “Durante o congresso da CUT-SP, foi apontada a necessidade urgente de um novo modelo de desenvolvimento”, conta Lima.

Lima afirma que as sucessivas administrações tucanas no estado estão reduzindo o tamanho e o desenvolvimento de São Paulo. “Estamos perdendo receita, patrimônio e investimentos.”

CUT-SP

No estado de São Paulo, 286 sindicatos são filiados à CUT e representam 946 mil trabalhadores

Em entrevista à Rede Brasil Atual, o ativista condenou a “indústria de pedágios”, a privatização de empresas públicas e a precarização dos serviços de saúde e educação. “Só na [rodovia] Marechal Rondon há 15 pedágios. Nossa proposta é debater os pedágios com a população”, anuncia.

“Há 18 empresas estatais numa lista de de privatizações, além das diversas já vendidas para a iniciativa privada.” E reforça, criticando a atual política educacional: “não podemos mais conviver com uma escola pública em que as crianças são aprovadas sem saber ler e escrever.”

A administração estadual durante a crise econômica também deixou a desejar, apesar do “peso de São Paulo”, classifica o sindicalista. “Enquanto o governo federal interveio e agiu para reduzir o impacto da crise, o estadual se comportou de forma irresponsável. Ficou inerte”, condena.

Sem negociação

A política de recursos humanos do governador José Serra (PSDB) é outro motivo de críticas do sindicalista. “Este governo simplesmente não dialoga com os trabalhadores”, dispara. “A qualidade do ensino, por exemplo, está vinculado ao tratamento, à valorização dos professores. Assim ocorre em todas as outras áreas do funcionalismo”, complementa. Entretanto, o governador prefere manter-se fechado ao diálogo, cita Lima.

Para o dirigente sindical, durante as eleições de 2010, a população tem a oportunidade de “inverter a lógica neoliberal” do atual governo paulista. “Essa é nossa oportunidade de escolher pessoas com visão para o fortalecimento do estado”, analisa.

“Precisamos interromper o modelo de terceirização implantado aqui. Nossa concepção é colocar o Estado em função das pessoas e da vida. Não o contrário”, afirma.