Empreendimentos solidários projetam negócios de R$ 2 milhões

Segundo Ari Arolaodo, da ADS, evento superou expectativas e mostrou a qualidade do que está sendo produzido (Foto: Roberto Parizotti/Divulgação) Mais de 400 contatos feitos e uma projeção de negócios […]

Segundo Ari Arolaodo, da ADS, evento superou expectativas e mostrou a qualidade do que está sendo produzido (Foto: Roberto Parizotti/Divulgação)

Mais de 400 contatos feitos e uma projeção de negócios na ordem de R$ 2 milhões para os próximos 12 meses. Segundo os organizadores do Conexão Solidária – 1ª Mostra Nacional de Comercialização de Produtos e Serviços da Economia Solidária este foi o saldo do evento.

A produção de cooperativas, associações e outras formas de organização dos trabalhadores de todas as regiões do país foram colocados em evidência. Organizado pela Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS) da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Conexão reuniu, de 28 a 31 de outubro, em São Paulo, mais de 170 empreendimentos solidários, além de representantes do governo e de organismos de economia solidária de 13 países, instituições bancárias, empresários, entre outros.

Segundo o coordenador geral da ADS, Ari Arolaldo do Nascimento, a mostra recebeu 5 mil visitantes e negócios foram firmados entre os próprios empreendedores solidários e também entre cooperativas e empresários do comércio varejista. Grandes redes convencionais e lojas de grife estão entre os novos clientes. “Demos o pontapé inicial para que o mercado percebesse o potencial produtivo destes empreendimentos”, garantiu Nascimento.

“O Conexão superou todas as expectativas, mostrando a qualidade do que está sendo produzido. O desfile de modas realizado no evento quebrou o preconceito de que os produtos da economia solidária só poderiam ser comercializados de pobre para pobre”, complementou Antonio Carlos Spis, coordenador administrativo e financeiro da ADS.

Novos desafios

A partir da visibilidade do Conexão, novos desafios surgirão para a entidade organizadora e para os empreendedores. O primeiro será agilizar a central permanente de comercialização, prevista para funcionar em São Paulo.

“O prédio já foi adquirido e está sendo adaptado para abrigar um showroom dos produtos e um esquema de comercialização”, informou Nascimento. Ainda não há previsão para a data de inauguração da central, mas a ADS espera que seja o mais breve possível.

“A partir do Conexão e da central, será possível mostrar que a comercialização pode ser feita sem a figura nefasta dos atravessadores”, completou Spis. A solução, porém, demanda mudanças de comportamento. “Os empreendedores terão de se especializar, praticar preço justo e não se deixar contaminar pela lógica capitalista do negócio pelo negócio”, esclarece.

A ADS também vai, a partir de agora, começar a preparar a segunda mostra, que deverá ocorrer em 2010. “Certamente no próximo evento, o número de expositores será bem maior”, avaliou Nascimento.