Homem morto ao cair de construção estava a três meses da aposentadoria

Delegada informa à Rede Brasil Atual que trabalhador havia sido contratado por uma quarteirizada

O funcionário de uma construtora morreu nesta quarta-feira (14) ao cair de uma obra na Zona Sul de São Paulo. Waldecy Moreira da Silva, de 56 anos, estava a apenas três meses da aposentadoria, de acordo com o sindicato do setor.

Testemunhas indicaram que o funcionário estava na altura do vigésimo andar de um prédio em construção na Avenida Galeno de Castro. Algumas pessoas disseram que o trabalhador, que estava sobre um balancim, não utilizava o cinto de segurança obrigatório.

A história da morte de Waldecy Moreira da Silva chama atenção para a quarteirização do setor. A Gafisa, que geria o empreendimento, contratou a GBN para fazer a fachada. Essa, por sua vez, contratou a Construk, para a qual o funcionário trabalhava.

Maria Helena Tomita, delegada-assistente da 3ª Delegacia de Acidentes do Trabalho, onde o caso foi registrado, demonstra preocupação com a prática. “O problema é que quando começa a terceirizar muito o serviço tenta se livrar de responsabilidade. A Gafisa vai dizer que não tem responsabilidade. A GBN também. E por aí vai”, lamenta.

Em curta nota, a Gafisa lamentou o ocorrido e ressaltou que o “motivo do falecimento ainda não é sabido”. A GBN, ao ser procurada pela reportagem, afirmou por meio de uma atendente não ter nada a declarar e informou que a assessoria de comunicação não estava disponível para falar sobre o caso.

Antonio de Sousa Ramalho, presidente do  Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, afirmou que vai esperar a apuração dos fatos para tomar qualquer iniciativa.

“Se for provada a irregularidade no procedimento das empresas envolvidas, não nos restará outra alternativa a não ser a de paralisar todas as obras que a Gafisa estiver fazendo na base de atuação do nosso Sindicato, até porque ela, como a responsável maior pelo empreendimento, deve assumir, por lei, as consequências”.

A delegada Maria Helena Tomita informou que nenhuma hipótese está descartada e que o trabalho de investigação levará em conta, além das perícias já solicitadas, os depoimentos de colegas da vítima.