Trabalhadores de laboratório estatal paulista prometem greve

Fundação para Remédio Popular (Furp), que fabrica medicamentos do programa Dose Certa, é acusada de descumprir acordo de convenção coletiva e deve parte do reajuste salarial de 2009

São Paulo – Os trabalhadores da Fundação para Remédio Popular (Furp) podem cruzar os braços a qualquer momento. O estado de greve foi deflagrado na segunda-feira (31), durante a assembleia. Devem parar também os atendentes das 20 farmácias Dose Certa, instaladas em estações do Metrô, trens urbanos e ônibus, além de hospitais e ambulatórios do Sistema Único de Saúde no estado (SUS-SP).

A categoria reivindica o pagamento de parte do reajuste de 2009 e o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho 2010/2011, assinada em 27 de abril entre o Sindusfarma, sindicato que representa as indústrias do ramo farmacêutico, e sindicatos de trabalhadores.

Em 2009, os servidores tiveram direito a 6,8% de reajuste e mais R$ 500,00, valor que teria de ser pago em agosto. Até este momento, o adicional não foi pago. Em abril deste ano, a empresa teria que corrigir os salários em 6,8% e pagar outros R$ 500. A empresa corrigiu a remuneração em apenas 4,99%.

“Como o acordo foi assinado quase no final do mês e não havia tempo para processar a folha de pagamento, o sindicato esperou até este mês de maio. E até agora nada”, diz Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região.

“Serra deixou o governo de São Paulo devendo parte dos salários na FURP e seu sucessor, Alberto Goldman, inicia sua gestão desrespeitando o previsto na convenção coletiva 2010/2011”, critica.

Segundo o dirigente, a mobilização é motivada também pelas condições ruins de trabalho. Pelo menos 10% dos trabalhadores estão afastados por doença. Como o laboratório fornece medicamentos para vários estados e municípios, a sobrecarga de trabalho é cada vez maior.

“Tanto é que eles estão sendo pressionados a trabalhar neste feriado, na sexta e no sábado, dias de folga que já foram compensados com horas a mais trabalhadas”.

A Secretaria Estadual de Saúde, à qual a Fundação para Remédio Popular está vinculado, foi procurada pela Rede Brasil Atual mas, até às 16h25, não respondeu às solicitações.