Trabalhadores de laboratório estatal de SP entram em greve nesta 5ª

Sindicato da categoria afirma que Furp não cumpriu convenção coletiva 2010/2011 e ainda deve parte do reajuste salarial de 2009

Trabalhadores da Furp se mobilizam em prol de direitos. (Foto: Divulgação)

São Paulo – Trabalhadores da Fundação para Remédio Popular (Furp) decidiram  paralisar as atividades a partir desta quinta-feira (17). A Furp é a estatal paulista que fabrica medicamentos para o programa Dose Certa. A categoria inclui os atendentes das 20 farmácias Dose Certa instaladas nas estações do metrô, trens urbanos e ônibus, hospitais e ambulatórios do SUS-SP. O estado de greve tinha sido deflagrado em assembleia realizada em 31 de maio.

Eles reivindicam o pagamento de parte do reajuste de 2009 e o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho 2010/2011, assinada em 27 de abril entre o Sindusfarma, sindicato que representa as indústrias do ramo farmacêutico, e sindicatos de trabalhadores.

No ano passado, os servidores tiveram direito a 6% de reajuste e mais R$ 500,00, valor que teria que ser pago em agosto. Até este momento, ninguém recebeu esse adicional. Em abril deste ano, a empresa teria que corrigir os salários em 6,8% e pagar outros R$ 500. No entanto se limitou a corrigir os salários em 6%. 

Segundo Antonio Silvan, presidente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região, o Governo do Estado demonstra que nem tudo o que o governador e o seu partido falam nos programas de tevê é verdade. “Recentemente, o ex-governador, hoje candidato à presidência, José Serra, mentiu ao dizer que são cumpridores da lei. Ele, quando governador, e agora seu sucessor, que pertence à mesma legenda, desrespeitam a lei quanto aos funcionários da Furp”.

Na terça-feira (14), diretores do sindicato se mobilizaram no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, em protesto pelo cumprimento de Convenção Coletiva e foram proibidos pela força policial de se manifestarem. O ato contou com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico (CNTQ) e Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar).

Os trabalhadores exigem também melhores condições de trabalho. Segundo o sindicato, pelo menos 10% deles estão afastados por doença. Como o laboratório fornece medicamentos para vários estados e municípios, a sobrecarga de trabalho é cada vez maior.

“Os trabalhadores da Furp irão paralisar suas atividades fabris, se estendendo aos postos de distribuição das farmácias Doce Certa, por tempo indeterminado”, divulgou o Sindicato dos Químicos de Guarulhos e região (Sindiquímicos).

O Sindiquímicos afirma que após várias tentativas de negociação, a paralisação foi a última alternativa para os trabalhadores serem respeitados pelo governo de São Paulo. “Esgotados todos os prazos de cumprimento da convenção, esta foi a única saída encontrada para exigir o respeito do Governo do Estado e preservar os direitos previstos em Convenção Coletiva”, aponta o Sindiquímicos.

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