Professores de SP prometem 100 mil na sede do governo nesta 6ª

Docentes da rede pública estadual reivindicam 34,3% de reajuste salarial, calculado a partir do acumulado de anos sem aumento, concurso público e melhorias na política de educação do estado

Depois de 60 mil pessoas na av. Paulista, professores esperam 100 mil em frente à sede do governo (Foto: Maurício Morais)

São Paulo – Os professores da rede pública estadual de São Paulo prometem reunir nesta sexta-feira (26), 100 mil pessoas em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Será a terceira sexta-feira seguida com manifestação dos docentes, em greve no estado por reajuste salarial e contra o modelo de bonificação implantado pela Secretaria de Educação. O pagamento do bônus, ocorrido nesta quinta-feira (25, pode acirrar o descontentamento, segundo o sindicato da categoria.

Na última sexta (19), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) estima ter levado 60 mil à avenida Paulista, de onde marcharam para a praça da República, no centro de São Paulo. “Como estamos com um nível de adesão muito bom, esperamos chegar a 100 mil professores”, explica a presidente da entidade, Maria Izabel Noronha, a Bebel.

Segundo a dirigente sindical, “a greve mostra fôlego”, com mais de 50% dos professores paralisados. Nesta sexta, o número de grevistas deve atingir 89% da categoria. “Os professores têm demonstrado que estão dispostos a continuar”, diz Bebel.

Por ter atendido apenas a uma pequena parcela da categoria, ela explica que o pagamento do bônus nesta quinta aumentou o descontentamento. “Só uma em cada nove escolas conseguiu cumprir as metas do governo”, calcula. “A maioria dos trabalhadores foi excluída”, alega Bebel.

Negociação

Para reforçar o movimento, os professores estão coletando assinaturas, pedindo ao governador José Serra (PSDB-SP) que negocie com os trabalhadores. De acordo com Bebel, na quarta-feira (24) o quarto pedido de audiência para negociação deste ano foi protocolado. Não houve retorno do governo. “O governo mantém-se fechado ao diálogo”, critica.

Sobre as manifestações contrárias a greve dos professores por parte da administração estadual por meio da imprensa, Bebel lamenta que diversos veículos de comunicação “usem seus meios para agredir os docentes, enquanto fazem campanha para Serra”.

“Independente do que se diz, é inadmissível que o salário-base do professor de São Paulo seja de R$ 760,00”, condena a ativista. “Um estado como São Paulo deveria ter uma excelente educação, não o contrário”, alerta.

Em greve, desde o dia 8 de  março, os professores realizam assembleia a partir das 15 horas, em frente ao Palácio dos Bandeirantes, bairro do Morumbi, na capital paulista. Além do protesto, eles também decidem se o movimento grevista prossegue.

Questionada, a Companhia de Engenharia de Tráfego afirmou que até esta quinta-feira (25) não há planejamento de alteração do tráfego no local da assembleia dos professores. A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou à reportagem que na sexta-feira as informações sobre a ação do órgão no Palácio dos Bandeirantes será divulgada.

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