Negociações em universidades paulistas entram em impasse

Em reunião realizada em São Paulo, reitores apresentam mesma proposta de reajuste a funcionários e professores

Depois de um mês sem conversas, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e o Fórum das Seis, que representa professores e funcionários de USP, Unesp e Unicamp, não avançaram nas negociações por reajuste salarial.

Os encontros haviam sido interrompidos em 25 de maio, quando um grupo de docentes alegou ter ficado trancado para fora da Reitoria da USP esperando por negociação. Depois disso, a Polícia Militar entrou no campus e, após reprimir um protesto, motivou a entrada em greve dos professores e dos estudantes. A saída dos policiais ocorreu nesta segunda-feira (22) pela manhã e era a condição que as categorias impunham para retomar as negociações.

Em nota, o Cruesp informou que propôs um aumento de 6,05%, o mesmo da reunião anterior, com base na queda de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos primeiros meses do ano – parte do ICMS é repassado às universidades. O comunicado informa que assim “demonstra novamente seu compromisso de recomposição dos salários, ao mesmo tempo em que garante os recursos mínimos necessários para o funcionamento das Universidades Estaduais Paulistas”.

De outro lado, o Fórum das Seis quer reajuste de 16% e a incorporação de R$ 200 a todos os salários. Além disso, há uma briga na Justiça pela readmissão do funcionário Claudionor Brandão, demitido no ano passado pela Reitoria da USP.

Após a repressão policial dentro da Cidade Universitária, dois assuntos foram incluídos na pauta de reivindicações de todas as categorias: a saída da reitora Suely Vilela do cargo e a reforma no estatuto das universidades de forma a tornar mais democrática a participação nos conselhos decisórios e na eleição de reitor.