1º de Maio tem críticas ao governo e pedido por democratização da comunicação

Sem a presença de Dilma, ministros Gilberto Carvalho e Manoel Dias representam governo em eventos promovidos por centrais sindicais em São Paulo

São Paulo – Cobranças ao governo, maior presença de atores sociais nos meios de comunicação e defesa da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) são os temais mais presentes neste 1º de Maio, o penúltimo do atual governo. A presidenta Dilma Rousseff não irá às principais manifestações, organizadas pelas centrais sindicais em São Paulo e na região do ABC. Ela deverá ser representada pelo secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Foi dele o anúncio, divulgado ontem, de que o Planalto retomará negociações com as centrais no próximo dia 14, com base em uma pauta articulada ainda em 2010 e reapresentada em 6 de março, durante marcha dos sindicalistas em Brasília. O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, deve ser outro interlocutor do governo nas atividades de hoje.

Na negociação marcada para o dia 14, não entraram itens considerados importantes para as centrais, como o fim do fator previdenciário e a redução da jornada para 40 horas semanais. Segundo a CUT, o governo alega ainda não ter proposta em relação a essas questões. “O mais importante é que o governo se comprometeu a levar para a mesa de negociações questões muito caras para o movimento sindical, como a regulamentação da terceirização e a Convenção 151 (sobre negociação coletiva no setor público)”, diz o presidente da central, Vagner Freitas.

No Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo, as atividades começaram por volta das 10h, com feira gastronômica e exposição e venda de produtos agroecológicos (em parceria com a Federação da Agricultura Familiar, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e a Agência de Desenvolvimento Solidário). Também foi programado um ato inter-religioso no local. O ato político está previsto para as 16h – além de Manoel Dias e Gilberto Carvalho, estará presente o prefeito Fernando Haddad, entre outros. Entre os shows, haverá apresentações de Alceu Valença, Oswaldo Montenegro, Leonardo, Belo, Fernando & Sorocaba, Anitta, Turma do Pagode, Vitor & Matheus, João Lucas & Marcelo e Mumuzinho.

Na praça Campo de Bagatelle ocorre o 1º de Maio da Força Sindical, em parceria com UGT, CTB e Nova Central. O ato político está previsto para as 12h, também com os dois ministros que irão à manifestação da CUT, além do prefeito paulistano. A diferença está na presença de políticos ligados à oposição, como o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves (MG), ambos do PSDB. Também é esperado o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Integrante da base aliada, Campos tem sugerido de forma cada vez mais evidente que sairá candidato à Presidência em 2014. O próprio presidente da Força, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), tem feito discursos críticos ao governo, sinalizando que não apoiará a reeleição de Dilma.

O 1º de Maio na região do ABC, no Paço de São Bernardo, tem como mote a democratização dos meios de comunicação. O slogan da atividade é “Quero falar também”, em crítica à concentração da mídia em poucos grupos empresariais. Após ato político, previsto para as 18h, haverá show do cantor Zeca Pagodinho – que foi abordado sobre o tema pelo diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Moisés Selerges. “Perguntei a ele se por acaso já tinha visto alguma novela em que o personagem diz que precisa dormir cedo para pegar no batente no dia seguinte.”

As atividades no ABC começaram às 10h. Foi montada no Paço uma praça de alimentação com 28 barracas. Além do show de encerramento, estão previstas apresentações de Zezé Di Camargo & Luciano, Bruno e Marrone, Rick e Renner, João Bosco e Vinicius, Edson e Hudson, César Menotti e Fabiano, Rionegro e Solimões, Sérgio Reis, Michel Teló, Leonardo e 15 artistas regionais.

O dia de hoje marca também os 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), objeto de acirrados debates há anos.

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