Na véspera do 1º de Maio, governo volta a prometer conversa com centrais

Secretaria Geral da Presidência anuncia que, a pedido da CUT, será criada 'mesa de diálogo' para construir 'interlocução' com representantes de trabalhadores, que se queixam de falta de abertura da gestão Dilma Rousseff

São Paulo – A Secretaria Geral da Presidência da República aproveitou a chegada do Dia do Trabalho, neste 1º de maio, para anunciar a abertura de uma mesa de diálogo com as centrais sindicais. Segundo nota divulgada pela assessoria de comunicação do ministro Gilberto Carvalho no final da tarde de hoje (30), a decisão foi tomada a pedido da CUT visando a “construir um processo de interlocução”.

O mesmo comunicado informa que a primeira reunião será realizada no próximo dia 14 no Palácio do Planalto, mas não dá detalhes sobre quais setores do governo estarão representados. O grupo terá sete temas para debater: terceirização de mão de obra, combate à informalidade do trabalho, redução da rotatividade, fortalecimento do Sistema Nacional de Emprego, política de medicamentos, especialmente para aposentados, participação dos trabalhadores em programas de formação técnica e regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que rege a negociação coletiva e o direito de greve no serviço público. A CUT também lista a regulamentação do trabalho doméstico, após emenda constitucional aprovada pelo Congresso que amplia direitos a essa categoria.

A reunião vem após uma série de cobranças feitas por conta do encontro do último dia 6 de março entre os presidentes das centrais e a presidenta Dilma Rousseff. De lá para cá, telefonemas e pedidos de e-mail não encontraram resposta por parte do governo, segundo nota emitida pelo presidente da entidade, Vagner Freitas. 

“Ficaram de fora pontos importantes como o fim do fator previdenciário e redução de jornada para 40 horas semanais. A alegação do ministro Gilberto Carvalho é a de que o governo ainda não tem proposta com relação a esses dois itens”, acrescentou Freitas, que foi recebido hoje pelo ministro. “O mais importante é que o governo se comprometeu a levar para a mesa de negociação questões muito caras para o movimento sindical, como a regulamentação da terceirização e da Convenção 151.”

Desde o começo da gestão Dilma Rousseff a relação entre centrais sindicais e Palácio do Planalto atravessa altos e baixos. São frequentes as críticas de que o governo não atende aos pedidos dos trabalhadores, e a tensão diminui vez ou outra por conta de reuniões pontuais. 

Ao longo de todo o ano passado a CUT cobrou uma posição do governo sobre a desoneração do Imposto de Renda sobre a participação nos lucros ou resultados (PLR). No 1º de Maio de 2012, o ministro Gilberto Carvalho chegou a anunciar que a decisão seria anunciada rapidamente, mas a equipe econômica congelou o anúncio, feito finalmente na última quinzena do ano.

Em março, Dilma recebeu os presidentes das centrais após quase um ano sem negociação direta. Na ocasião, foi dada a presidenta uma pauta comum de reivindicações, e houve diferentes avaliações sobre o resultado do encontro. No começo deste mês, uma nova marcha voltou a chamar atenção para a necessidade de diálogo.

 

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