Governo adia assinatura de acordo com professores de universidades federais

Ministério do Planejamento informou que o texto do acordo estava sendo ajustado; federação que aceitou proposta representa apenas 15% da categoria

São Paulo – A reunião marcada para hoje (2), entre o Ministério do Planejamento e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), para assinatura do acordo de reajuste salarial e estruturação de carreira dos docentes foi adiada, e a data ainda não foi definida. De acordo assessoria de comunicação do ministério, ajustes estão sendo feitos no texto da proposta.

O presidente da Proifes, Nilton Brandão, admite que as propostas do governo não contemplam a reivindicação salarial dos servidores, mas atenderia a algumas exigências da federação. “Conseguimos garantir a progressão para o titulado e avaliamos que a carreira agora está melhor do que antes. Quanto aos salários, não avançamos significativamente”, diz. Brandão disse ter entendido que não havia mais condição de negociar, apesar das perdas salariais. “O governo argumentou que para atender nossas reivindicações gastaria R$ 8,5 bilhões, e que não tinha esse dinheiro. Mesmo sabendo que isso representa perda para algumas categorias, era pegar ou largar”, observou.

A presidenta da Andes, Marinalva Oliveira, reafirmou hoje a rejeição à proposta e criticou o rompimento da negociação pelo governo. Disse também que a Andes vai manter a greve e intensificar a mobilização, mas manterá a disposição para seguir as negociações. Até o fechamento desta matéria, a diretoria da Andes permanecia reunida para preparar documento de orientação para o movimento.

Para o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marco Antônio Oliveira, a Proifes tem legitimidade para assinar a proposta e encerrar a greve, embora a federação represente somente cerca de 15% dos professores federais. “O melhor para nós seria que os três sindicatos da mesa fossem favoráveis à proposta. Mas não significa que eles não possam aderir mais tarde. O governo tem, por força de lei, de enviar o Orçamento ao Congresso até o fim de agosto”, disse Oliveira a Agência Brasil.

A greve dos professores federais completa 77 dias hoje. Na noite de ontem o Ministério do Planejamento reuniu-se com os representantes dos docentes para prosseguir as negociações, porém sem alterar a proposta apresentada dia 24 de julho, prevendo reajustes entre 25% e 40%. Os docentes, com exceção dos representados pela Proifes, rejeitam a proposta alegando perdas salariais e desestruturação das carreiras. Para o governo, esgotaram-se as possibilidades de ampliar os números.

Segundo a Andes e Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), das sete associações de docentes filiadas ao Proifes cinco rejeitaram a proposta do governo. Dos 130 mil professores universitários federais, a Proifes representa 20 mil.

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