Bancos rejeitam propostas dos trabalhadores sobre segurança nas agências

Bancários pedem prevenção de assaltos e violência contra clientes e funcionários

Reunião desta terça-feira contemplou debate sobre a segurança bancária (Foto: Jailton Garcia/Contraf-CUT)

São Paulo – A reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação dos Bancos (Fenaban) teve nova sessão de negativas por parte dos negociadores das empresas nesta terça-feira (6). Os representantes dos bancos rejeitaram as principais reivindicações sobre redução dos riscos nos locais de trabalho feitas pela categoria. O encontro teve objetivo de debater soluções para a segurança dos bancários.

Os negociadores não aceitaram pontos como a proibição da guarda das chaves e acionadores de alarmes pelos bancários e a obrigatoriedade da instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias, tal como o fechamento das unidades e dispensa dos funcionários em caso de assalto. Eles argumentam que os assaltos e sequestros de trabalhadores acontecem não pelo porte das chaves mas pelos cargos de gerência ocupados pelas vítimas. Os bancários discordaram da justificativa, ressaltando que os riscos poderiam diminuir com as devidas prevenções.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, a postura da Fenaban em protelar as decisões sobre o assunto é prejudicial para as vítimas da violência. “Com essa postura, os bancos demonstraram pouco interesse no assunto, já que ampliar medidas de segurança nas agências significa diminuir riscos e garantir a integridade física de trabalhadores e usuários de bancos”, criticou a dirigente.

Os representantes da categoria levaram à mesa de negociação levantamento feito em conjunto com a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), que aponta 31 mortes em assaltos de janeiro a setembro deste ano. Pelo menos 20 das ocorrências foram em crimes de saidinha de banco – prática em que as vítimas são abordadas pelos criminosos logo ao deixarem agências. Foram registrados, também no período, 838 ataques a bancos, dos quais 537 envolveram arrombamentos e 301, assaltos.

Os bancários pedem a instalação de portas de segurança com detectores de metal, câmeras nas áreas internas e externas, vidros blindados, divisórias entre os caixas eletrônicos, biombos na fila de espera e melhorias para a assistência às vítimas de assalto.

Os bancos estão “tirando o corpo fora”, segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do comando nacional dos bancários. “Eles (os bancos) perderam a oportunidade de dar uma resposta concreta para os bancários e para a toda a sociedade, que está assustada com a escalada de mortes, assaltos e explosões de caixas eletrônicos”, afirmou. “Estão jogando a responsabilidade para os clientes e a segurança pública.”

O debate sobre as cláusulas econômicas – reajuste salarial, Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) etc. – está marcado para a próxima segunda-feira (12).

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