Metalúrgicos de autopeças já têm data de negociação para cláusulas econômicas

Houve avanço no debate sobre direitos para as mulheres. Já os Metalúrgicos do ABC, discutem propostas já negociadas com montadoras em assembleia

São Paulo – Os metalúrgicos da base da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP (FEM) irão iniciar a negociação das cláusulas econômicas com a bancada patronal do grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos) na próxima terça-feira (30). Na última rodada, os representantes das empresas concordaram em estender às trabalhadoras adotantes a licença-maternidade de 180 dias, além do auxílio creche.

Nas empresas do grupo 3 existem dois pisos, os para empresas de até 75 empregados e para as acima deste número. Os direitos eram pagos de acordo com 20% do menor piso e, com o acordo, os auxílios como o creche serão pagos sobre o piso salarial da categoria. As mães também poderão receber a verba mesmo sem comprovação de despesas com o cuidado aos filhos pequenos. Antes, a trabalhadora tinha que apresentar recibo de pagamento à creche credenciada.

Para a secretária da Mulher da FEM-CUT/SP, Andrea Ferreira Sousa, apesar do avanço, ainda há direitos a serem conquistados pelas trabalhadoras. “Vamos continuar a nossa pressão e luta para ampliarmos as conquistas para as mulheres em todos os grupos patronais”, disse.

Estão em campanha 115 mil metalúrgicos em todo o estado de São Paulo, que reivindicam reposição integral da inflação, aumento real, valorização dos pisos salariais, licença-maternidade de 180 dias, ampliação dos direitos sociais, organização sindical no local de trabalho e jornada de 40 horas semanais. A data-base da categoria é 1º de setembro.

Montadoras

Os metalúrgicos do ABC farão assembleia no próximo domingo (28), na sede da entidade, em São Bernardo do Campo, para discutir o andamento das negociações até o momento. Na última sexta, os trabalhadores da base da FEM-CUT e os sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, Taubaté, São Carlos (FEM) e Tatuí (Força Sindical) rejeitaram a proposta do grupo de montadoras de 8,6% (7,26%, estimativa de inflação do período mais 1,25%  de aumento real em janeiro de 2012).

Segundo o presidente do sindicato do ABC, Sérgio Nobre, os próximos dias serão decisivos para o desfecho da campanha salarial deste ano. “As empresas percebem a força de nossa mobilização. Quanto maior a assembleia, melhor para conquistarmos uma boa proposta”, afirmou. “As fábricas ficam de olho. Às vezes a resposta vem por telefone, cinco minutos antes da assembleia, desde que a rua esteja lotada.”

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