Final da Libertadores terá protesto contra o Santander em São Paulo

Palco da decisão assiste a manifestação por direitos trabalhistas contra banco espanhol (Foto: Heitor Carvalho Jorge/Wikipedia) São Paulo – Quando os torcedores do Santos chegarem ao estádio Paulo Machado de […]

Palco da decisão assiste a manifestação por direitos trabalhistas contra banco espanhol (Foto: Heitor Carvalho Jorge/Wikipedia)

São Paulo – Quando os torcedores do Santos chegarem ao estádio Paulo Machado de Carvalho, no Pacaembu, para assistir à partida final da Taça Liberdadores da América, na noite desta quarta-feira (22), serão recebidos por faixas e panfletos. Em vez de apoio aos Meninos da Vila, o motivo da movimentação é um protesto de trabalhadores bancários contra o Santander, que patrocina a competição.

O Santos disputa com o Peñarol às 21h50 a segunda partida da decisão da competição continental e depende de uma vitória para conquistar o título – que seria o terceiro de sua história. Ao contrário dos craques do time da Baixada Santista, os manifestantes usarão pernas-de-pau. Estão previstos ainda performances de malabaristas durante o ato, a partir das 18h.

Segundo entidades sindicais ligadas as bancários, há outros motivos para preocupação, além do futebol. Eles acusam a instituição financeira de desrespeitar funcionários da ativa e aposentados em todo o continente. Eles ainda criticam a tentativa de associar o nome da multinacional espanhola à memória de mártires que lutaram pela independência dos países do continente.

“É uma fraude que, em uma competição que homenageia os que lutaram pela libertação da América, o patrocinador seja de um país colonizador do continente”, ironiza a secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e vice-presidenta da Associação dos Funcionários do Grupo Santander (Afubesp), Rita Berlofa.

Ela explica que não está claro como vai ser a relação com os torcedores, por ser a primeira ação em porta de estádio. Segundo Rita, redes internacionais de trabalhadores deliberaram que a Libertadores fosse aproveitada para alertar a população sobre o banco.

“Queremos denunciar práticas antissindicais nas Américas, especialmente na Colômbia, Chile e Estados Unidos, o desrespeito aos trabalhadores, o débito com aposentados do antigo Banespa (que passou para o banco espanhol ao ser privatizado) e dificuldades no cumprimento de acordos trabalhistas”, diz a sindicalista. 

Entre as reivindicações, há a demanda de assinatura de acordo global para assegurar direitos fundamentais dos trabalhadores. Entre os pleitos que precisariam ser contemplados estão a liberdade de organização, direito à sindicalização e ao diálogo social.

O protesto será promovido pelo Sindicato dos Bancários, Afubesp, pela Federação Estadual dos Bancários de São Paulo (Fetec-SP), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e Uni Américas – central sindical global, dos setores de serviços e finanças, e que reúne cerca de 190 entidades filiadas de 34 países do continente.

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