Após protesto, servidores de São Paulo conseguem calendário de negociações com a prefeitura

Ainda sem proposta de reajuste salarial, trabalhadores decretam estado de greve

Servidores municipais em novo protesto por reajuste salarial e outras reivindicações (Foto: Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress)

São Paulo – Os servidores públicos municipais da capital paulista protestaram, nesta terça-feira (7), por reajuste salarial de 39%, revisão política da administração sobre rendimentos e plano de carreira. Representantes do sindicato da categoria foram recebidos na Secretaria Municipal de Planejamento, e foi definido um calendário de negociação, mas não houve definição sobre reajuste.

A manifestação foi iniciada na rua Líbero Badaró e avançou pelo viaduto do Chá, diande da sede da prefeitura. De acordo com os organizadores, foram 1,5 mil pessoas. Segundo a Polícia Militar, foram cerca de 400 pessoas, apesar da chuva que castigou a região central. Ao final da negociação, os servidores definiram estado de greve, para manter a mobilização.

Reivindicações

• 39% de reajuste;
• Mudança da lei salarial;
• Extensão da Gratificação de Atividade para todos do nível médio e do nível básico;
• Extensão da GDA para todos do nível universitário;
• Negociação da pauta da saúde;
• Reposição dos dias parados;
• Fim do assédio moral;
• Para os AGPPs e Agentes de Apoio (da educação) definição e esclarecimento de opção entre as gratificações GA, GAE e PDE;
• Revisão dos Planos de Carreiras;
• Incorporação das gratificações e extensão de todos os direitos para os aposentados.

A manifestação foi uma tentativa de pressionar a prefeitura por uma contraproposta. Com cornetas, apitos e um carro de som, eles gritavam palavras de ordem contra o prefeito Gilberto Kassab: “O povo na rua, Kassab, a culpa é sua!” A prefeitura não ofereceu nada além dos 0,01% de reajuste previstos pela legislação municipal.

Em 25 de maio, o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo (Sindsep) havia realizado uma paralisação de um dia de protestos. Na ocasião, foram 5 mil servidores diante da prefeitura. Desde então, uma série de assembleias setoriais foi realizada. Participam funcionários da saúde, educação, do serviço funerário e do Centro de Zoonoses, entre outros.

Desde 2006, os reajustes anuais são de 0,01%, contra uma inflação acumulada de 28% segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

A Secretaria de Planejamento aceitou aumentar de R$ 540 a R$ 630 o piso salarial dos servidores, o que seria feito por meio de gratificação e não por alteração na lei. O governo se comprometeu a criar um grupo de discussão com técnicos para analisar a lei salarial, mas sem a participação direta dos trabalhadores.

Na reunião desta terça também se conquistou a extensão da Gratificação por desempenho de atividade (GDA)  para os para bibliotecários e assistentes sociais do Instituto de Previdência Municipal de São Paulo (Iprem) e a extensão da gratificação de atividade para os trabalhadores do Iprem e do Serviço Funerário.

Uma assembleia foi marcada para dia 21, na sede do Sindsep, para se discutir a possibilidade de uma greve geral da categoria.

Em nota oficial, a Prefeitura afirmou que sempre esteve aberta a negociações e que o próximo compromisso será a apresentação de uma agenda para a discussão das propostas para o segmento da saúde.

A Prefeitura ainda se compromete a enviar a Câmara Municipal até o final de junho os Projetos de Lei que estendem as gratificações aos servidores do Iprem, Serviço Funerário e a  Gratificação de Atividade Cultural e Desportiva.

 

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