Servidores da saúde em SP querem prioridade para negociação salarial

Secretário estadual recebeu representantes do sindicato, mas só aceita discussão do plano de carreira

Sindicato fez mobilização em São Paulo por aumento salarial (Foto: Guilherme Amorim/RBA)

São Paulo – Servidores públicos da Saúde de São Paulo reuniram-se em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Saúde nesta sexta-feira (29) para iniciar as atividades da campanha salarial de 2011. Uma comissão do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) foi recebida pelo secretário Giovanni Cerri, mas a disposição do governo estadual é negociar apenas plano de carreira, e não aumento de salário.

O presidente do SindSaúde, Benedito Augusto de Oliveira, disse que a entidade rechaçou o desinteresse do secretário em iniciar uma discussão sobre reajustes. “Nós não estamos discutindo a relação de carreira, queremos falar é do salário. Sem essa conversa não vai dar”, afirmou. Segundo ele, Cerri se comprometeu somente a abrir negociações sobre o plano de carreira e declarou que irá “olhar no orçamento público” para se posicionar sobre o aumento.

“Não é possível um governo milionário O presidente do SindSaúde, Benedito Augusto de Oliveira (Foto: Guilherme Amorim/RBA)como o de São Paulo pagar os atuais salários para trabalhadores, como policiais e servidores da saúde”, criticou. “A negociação está aberta e vamos ter de voltar aqui na próxima vez com o dobro de força”, completou. Sobre os incentivos salariais, como as premiações, Oliveira declarou preferir negociação sobre os salários. “Vamos discutir os prêmios, mas antes queremos propostas concretas para o que estamos pedindo.”

 

Para o diretor do SindSaúde Emerson Trindade, os próximos passos para a campanha envolvem aumentar a pressão. Caso o sindicato não obtenha uma contraproposta salarial efetiva, pode ser convocada assembleia geral para discutir a adoção de estado de greve. “A gente vem negociando, mas até agora não tem respostas. Já passou da data-base (em 1º de março) e para nós agora chega.”

A falta de diálogo da Secretaria da Saúde com os servidores resultou em clima de insatisfação geral. Alessandro Neri, diretor da regional da SindSaúde de Lins, criticou o governo em seu discurso. “Calados não vamos ficar. Estamos mais uma vez aqui para mostrar isso. O governo que está há mais de 30 anos e não faz nada e quer enrolar os trabalhadores. O secretário da Saúde até agora não tinha recebido o sindicato.”

Segundo a Polícia Militar, a mobilização reuniu 200 pessoas, que levaram faixas e bandeiras com palavras de ordem sobre a luta salarial. Na pauta de reivindicações, está aumento real de 26%, incorporações das gratificações ao salário-base, redefinição para o prêmio de incentivo e a extinção da política de bônus por desempenho.

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