Frente Nacional de Drogas e Direitos Humanos quer mais debate sobre internação compulsória

Lúcio Costa acredita que é preciso refletir também sobre a formação dos profissionais da área de psicologia (Foto: Roberto Parizotti) São Paulo – A Frente Nacional Drogas e Direitos Humanos […]

Lúcio Costa acredita que é preciso refletir também sobre a formação dos profissionais da área de psicologia (Foto: Roberto Parizotti)

São Paulo – A Frente Nacional Drogas e Direitos Humanos defende o aprofundamento do debate sobre internação compulsória de usuários de drogas principalmente entre os psicólogos. Segundo Lúcio Costa, dirigente do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo (SinPsi), uma pesquisa recente apontou que 55% desses profissionais ainda acreditam que esse tipo de internação, feita à revelia a partir de decisão judicial, é viável como primeira etapa para o tratamento do viciado. “Precisamos debater a formação recebida nas universidades e os estágios desses estudantes em comunidades terapêuticas e hospitais psiquiátricos, que estão na contramão da luta antimanicomial”, disse.

Criada no começo deste ano, a Frente reúne 52 entidades e movimentos sociais brasileiros, entre eles o SinPsi, que defendem mudanças na atual política sobre drogas, a garantia de cidadania, dignidade, direitos humanos e participação popular. Seus integrantes, que militam na luta antimanicomial e combatem a política proibicionista de drogas, querem que a Política de Segurança Pública seja norteada pela garantia de direitos e não por repressão policial, ações higienistas e que criminalizem as populações mais vulneráveis.

A frente é contrária também ao financiamento público para as comunidades terapêuticas. “Uma inspeção do Conselho Federal de Psicologia em todos esses estabelecimentos constatou que em todas elas havia pelo menos um tipo de violação aos direitos humanos e em apenas uma eram empregados métodos de redução de danos”, disse Lúcio durante a 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia. Outro agravante, segundo ele, é que essas comunidades querem receber os recursos diretamente da União, sem estarem alinhadas às diretrizes dos Centros de Atendimento Psicossociais (CAPS) conforme determinação do Ministério da Saúde.

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