Geriatras alertam para os perigos da medicina antienvelhecimento

São Paulo – A criação de mecanismos para coibir a adoção de medidas antienvelhecimento no Brasil será um dos temas do 18º Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, que ocorrerá […]

São Paulo – A criação de mecanismos para coibir a adoção de medidas antienvelhecimento no Brasil será um dos temas do 18º Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, que ocorrerá de amanhã (22) a sexta-feira (25) no Rio de Janeiro. 

As novas terapias de combate aos efeitos do envelhecimento podem comprometer o bom funcionamento do organismo e aumentar os riscos de câncer, alerta a presidenta da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Silvia Pereira. 

“Estão vendendo ilusão de antienvelhecimento para a população sem nenhuma comprovação científica e que pode fazer mal à saúde. Com a idade, o metabolismo mais lento e a ingestão de algumas substâncias podem aumentar o risco de várias doenças”, disse a médica.

Segundo ela, a reposição de nutrientes e o uso de remédios, como o hormônio do crescimento (GH), para ganhar músculos e queimar gordura com facilidade, podem aumentar a incidência de cânceres. A médica ressalta ainda que estudos sobre vitaminas E, C e betacaroteno apontam que, se consumidas em excesso, essas substâncias aumentam o risco de tumores e não reduzem doenças crônico-degenerativas. 

Rubens de Fraga, diretor da entidade, destacou que velhice não é doença e, portanto, não deve ser prevenida. “Hoje os consumidores estão obcecados com o envelhecimento. Esse mercado gera US$ 100 bilhões por ano no mundo. Tem seu lado positivo, que é a busca da alimentação balanceada e do exercício físico. Mas tem o lado negativo, que é o medo das rugas e a idolatria dos ideais de juventude eterna. Não existe pílula mágica. O importante é buscar envelhecer com autonomia e independência.”

Essa é também a opinião do geriatra Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Escola Paulista de Medicina e coordenador do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Manter-se ativo é uma grande ajuda para todas as pessoas depois da suposta idade da aposentadoria. A outra coisa é o próprio “viver sozinho” que estimula o indivíduo a se buscar a independência e ser capaz de realizar tudo que ele precisa durante o dia. E ter claro o benefício de praticar atividade física. Um bom exemplo de manter a saúde funcional é permanecer ativo do ponto de vista laboral e do ponto de vista físico e mental”. 

Entre os convidados do congresso está o especialista em longevidade Tomas Perls, da Boston University School of Medicine, nos Estados Unidos. 

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Com informações da Agência Brasil

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