Tucanos adiam convocação de Vaccari e Blat na CPI da Bancoop

Samuel Moreira (PSDB) assumiu presidência da CPI, com Bruno Covas (PSDB) como relator (Foto: Divulgação Alesp) São Paulo – Foi adiada a votação do requerimento de convocação do ex-presidente da […]

Samuel Moreira (PSDB) assumiu presidência da CPI, com Bruno Covas (PSDB) como relator (Foto: Divulgação Alesp)

São Paulo – Foi adiada a votação do requerimento de convocação do ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e do promotor José Carlos Blat na CPI da Assembleia Legislativa sobre o caso. O pedido foi apresentado pelos dois únicos deputados estaduais do PT, mas foram rejeitados pelos membros da base do governo paulista.

Na primeira reunião da CPI, deputados do PSDB, DEM e PTB consideraram o requerimento como uma manobra petista e decidiu deixar para depois a participação dos envolvidos. “Nós ainda não estamos suficientemente embasados para questionar o Vaccari, já que não temos sequer um diagnóstico mais profundo do caso”, esquivou-se o presidente da CPI, deputado estadual Samuel Moreira (PSDB).

Para não votar a convocação, foi estabelecido que é necessário que os requerimentos sejam apreciados apenas 24 horas depois de publicados. Apenas na próxima reunião, ainda sem datadefinida, é que o tema deve ser analisado. A relatoria da comissão ficou com Bruno Covas (PSDB). Chico Sardelli (PV) ficou com o cargo de vice-presidente.

Ainda antes da sessão, Antonio Mentor (PT), um dos autores do requerimento, mostrava-se cético em relação à aprovação. Ele e Vanderlei Siraque (PT) apresentaram o pedido de convocação para demonstrar que não temiam as investigações. “Colocando as duas partes em depoimento na Assembleia Legislativa, toda a sanha que o PSDB tem demonstrado de politizar a CPI vai acabar”, garantiu.

“Decimos pelo requerimento porque queríamos colocar na pauta, primeiro, o que tem de consistente nas acusações do promotor José Carlos Blat – se é que tem alguma; segundo, uma oportunidade de defesa para o Vaccari e a Bancoop, para que possa esclarecer (o caso)”, opinou Mentor.

A referência do petista está ligada ao desempenho de Vaccari, atualmente tesoureiro do PT, no Senado Federal, onde depôs nas comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). “Vaccari respondeu às questões com alto poder de convencimento, inclusive dos parlamentares da oposição”, afirmou o deputado estadual.

Na sessão da CPI, o deputado Waldir Agnello (PTB) sugeriru que o andamento da CPI seja acompanhado por um representante da Procuradoria da Casa para dirimir possíveis dúvidas jurídicas em seu funcionamento.

Estiveram presentes os deputados Antonio Mentor, Vanderlei Siraque e Vicente Cândido, os três do PT; Bruno Covas, Ricardo Montoro e Samuel Moreira, todos do PSDB; Estevam Galvão (DEM), Chico Sardelli (PV), Waldir Agnello (PTB) e Roberto Moraes (PPS).

Cartório

Mentor criticou o papel desempenhado pela Assembleia Legislativa de São Paulo. O amplo domínio da base do governo, recém assumido por Alberto Goldman (PSDB), é assegurado por 71 dos 94 deputados estaduais. A oposição tem 23 membros, nove a menos do que o número de assinaturas necessárias para se protocolar um pedido de abertura de CPI.

“Como a oposição não alcança o número mínimo de assinaturas, o governo então inscreve, atendendo a exigência do regimento, CPIs para investigar as maiores baboseiras que se pode imaginar”, acusa. “Do tipo ‘gorjetas dos garçons no estado’, uma das comissões em andamento na Assembleia Legislativa”, dispara.

Segundo ele, o governo adota uma estratégia que “apequena” a Assembleia, tornando-a um “cartório” para “bater carimbo para o PSDB”.

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